“Sankofa, a África que te habita” está disponível no catálogo da Netflix – Divulgação
. É verão na Bahia e apesar de toda agitação das ruas, dos ensaios de Carnaval, shows e festas, tem aquela hora sagrada de ficar em casa. Reunir amigos, compartilhar com seu dengo ou mesmo desfrutar sozinho de uma boa programação nas telinhas é sempre uma boa pedida. E se tiver a cara do nosso povo na frente e detrás nas telas, melhor ainda. A seção baiana do jornal Brasil de Fato reuniu dicas variadas do audiovisual para quem quiser curtir as férias e conhecer produções que valorizam a cultura baiana, africana e afrobrasileira. Confira!
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O especial pode ser conferido na Globoblay / Reprodução
Com elenco totalmente preto, o Festival Humor Negro reúne um especial de comédia que fala de preto para preto. O trabalho, que brinca com o formato que mistura apresentações de stand-up comedy e esquetes, estreou em dezembro, no Multishow e no Globoplay. Dirigida por Rodrigo França, a atração, gravada em Salvador, reúne no palco nomes baianos como Tia Má, Sulivã Bispo, João Pimenta, Jhordan Matheus, Evaldo Macarrão e a brasiliense Niny Magalhães. O Festival promete causar um impacto enorme no imaginário da comédia brasileira.
. Idealizado pela produtora e jornalista Val Benvindo, o programa ressignifica a expressão “humor negro”, que ao longo do tempo ganhou uma conotação pejorativa. Gravado para uma plateia ao vivo no Teatro Vila Velha, em Salvador, os pretos e as mulheres saem do lugar de alvo e de objeto de risos para protagonizar suas narrativas debochadas com inteligência, irreverência e, sobretudo, respeito.
Depois de rodar diversos festivais nacionais e internacionais, o filme pode ser assistido na Prime Video / Divulgação
Primeiro longa-metragem dos diretores Ary Rosa e Glenda Nicácio, Café com Canela é um filme gestado no Recôncavo da Bahia que foi super premiado e reconhecido pela crítica mundo afora. Agora, o longa segue a sua história no streaming pela Prime Vídeo. O filme narra a vida de Margarida (Valdinéia Soriano, atriz fundadora e consagrada do Bando Teatro Olodum), que após perder o filho, vive isolada da sociedade. Ela se separa do marido Paulo e perde o contato com os amigos e as pessoas próximas. Um dia, Violeta (Aline Brunne) bate à sua porta. Trata-se de uma ex-aluna de Margarida, que assume a missão de devolver um pouco de luz àquela pessoa que havia sido importante para ela na juventude.
O filme toca o público de muitas maneiras e é um convite a viajar nas emoções e nas transformações da protagonista. Quem acompanha o trabalho desta dupla de cineastas já sabe que eles estão com trabalhos mais atuais nas telonas, como os filmes “Mungunzá” e “Na Rédea Curta”, que circulam pelos cinemas do Brasil. O longa é um marco na carreira desses diretores que seguem um bonito caminho pelo cinema ao colocar a cidade de Cachoeira e o Recôncavo como ponto de partida dos seus trabalhos.
O filme traz imagens e histórias de nove países africanos que se conectam ao Brasil / Divulgação
. Sankofa, a série de dez capítulos que está disponível na Netflix, é poesia, memória ancestral e aventura. A série viaja em uma expedição aos pontos de partida dos africanos que foram sequestrados, com o propósito de recuperar a memória da escravidão. Cada episódio trata de um país e apresenta a diversidade cultural e a exuberância natural de todos deles, ao mesmo tempo em que revela os vínculos que ligam o povo brasileiro aos seus antepassados africanos em Cabo Verde, Guiné-Bissau, Senegal, Gana, Togo, Benim, Nigéria, Angola e Moçambique. O fotógrafo César Fraga e o Professor Maurício Barros percorreram os nove países africanos para conhecer os locais de memória do tráfico de pessoas negras escravizadas para o Brasil. .
A série chega a público com uma bagagem carregada de imagens e saberes que por séculos foram negados a nossa sociedade. O material possibilita um levante precioso da história negra que nos foi sequestrada, já que a história da diáspora africana é contada, em geral, pelo ponto de vista do colonizador. .
O aguardado documentário chegou ao topo da lista dos mais assistidos na Netflix / Divulgação
. Depois de longa espera, o documentário sobre o grupo de rap Racionais MC’s foi lançado pela Netflix em novembro deste ano. O filme conta a história de mais de 30 anos de formação do grupo integrado por Mano Brown, KL Jay, Ice Blue e Edi Rock. Imagens de arquivos dos anos 1990, recortes de jornais, além de acervos familiares dos próprios artistas e cenas inéditas gravadas ao longo da trajetória do grupo compõem o longa-metragem, que tem como pano de fundo o Capão Redondo, bairro periférico da Zona Sul de São Paulo onde o Racionais surgiu. A produção narra também a criação de discos icônicos do Racionais MC’s, como o marcante “Sobrevivendo no Inferno”, de 1997. .
Um dia após o seu lançamento, o documentário já conquistou o top 1 da Netflix. O conteúdo entrega entrevistas exclusivas e reforça o impacto e o legado dos músicos desde os primeiros shows nas ruas de São Paulo até os dias de hoje. Com produção da Preta Portê Filmes para a Netflix, o documentário tem direção de Juliana Vicente, que assina a produção executiva com Beatriz Carvalho e Gustavo Maximiliano. .
O filme, cujos diálogos são em iorubá, pode ser assistido na Netflix / Divulgação
. Após colher muitos elogios no Festival Internacional de Cinema de Toronto, o filme – na língua iorubá – chama a atenção e ganha, agora, distribuição mundial pela Netflix. Dirigido por Biyi Bandele, morto em agosto deste ano, “O Cavaleiro do Rei” deriva de uma peça de teatro homônima, baseada em um evento histórico na Nigéria na época do domínio colonial britânico do país. O filme se passa no Reino de Oyo, no sudoeste da Nigéria, no início da década de 1940. A tradição de Oyo exige que Elesin Oba, o cavaleiro do rei, cometa suicídio antes que o rei seja enterrado para que seu espírito leve o do rei ao grande além. Mas Elesin Oba falhou em seu dever.
. O filme é baseado na peça mais famosa da Nigéria, “Death and the King’s Horseman”, escrita em 1975 pelo autor, ativista e acadêmico vencedor do Prêmio Nobel, Wole Soyinka. Depois de estudar teatro no Reino Unido, Soyinka voltou para uma Nigéria recém independente em 1960 e se dedicou à pesquisa da cultura, música e dança iorubá. A peça acabou sendo fruto dessa pesquisa.
Sucesso de público, o longa ganha uma sequência que já está em produção / Divulgação
O Filme Ó Paí Ó 2 já está no forno. Com as gravações finalizadas em outubro deste ano, em Salvador, o filme promete atualizar as narrativas de suas personagens contadas há 15 anos. O filme, que nesta atualização tem o roteiro assinado por vários artistas e a direção da cineasta negra Viviane Ferreira, ainda será lançado em 2023.
. Enquanto esse momento não chega, a dica é rever e relembrar a adaptação da série exibida em 2008. O longa, que imortalizou o famoso bordão do nosso baianês “Ó Paí, Ó”, narra a vida dos moradores de um animado cortiço do Centro Histórico de Salvador e é o ponto de partida da história. Eles compartilham a paixão pelo carnaval e a antipatia pela síndica do prédio, Dona Joana, uma religiosa intransigente que ganha vida na interpretação da atriz Luciana Souza.
. O filme tem roteiro de Guel Arraes, Jorge Furtado, Mauro Lima e Mônica Gardenberg. A obra está disponível para assinantes da Globoplay. .
A animação pode ser assistida pelo Youtube / Divulgação
. Para garotada, tem curta metragem novo e disponível no Youtube! O curta Tom Tamborim, que foi lançado este mês com exibição única na Sala de Arte Cinema do Museu, agora povoa a internet com a história de Tom. Tudo é ritmo e diversão na vida do protagonista. Alegre, inquieto e cheio de suingue, ele está batucando por onde passa, mesmo que isso atrapalhe a professora e os colegas da escola. Incansável na hora de solucionar um problema, Tom é capaz de criar algo que não existe para superar seus desafios, tendo a música como sua maior aliada. .
O filme conta com direção e edição de Maria Carolina, direção e animação de Igor Souza, trilha sonora original de Jarbas Bittencourt, roteiro e produção executiva de Mariana Vaz e Alessandro Vital. .
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