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As estudantes Laura Drebes e Camily Pereira, que foram orientadas pela professora Flavia Twardowski (ao centro) – Foto: IFRS
O trabalho é das estudantes de ensino médio do IFRS (campus Osório) Laura Drebes e Camily Pereira, orientado pela professora Flavia Twardowski e intitulado “SustainPads: Absorventes Sustentáveis e acessíveis a partir de subprodutos industriais”. Elas foram as únicas representantes do Brasil no evento. Ao anunciar o Prêmio de Excelência, as apresentadoras da cerimônia destacaram que o projeto contribui para a dignidade humana e para o desenvolvimento sustentável e que as estudantes demonstraram paixão, empatia e habilidade para pensar fora da caixa. Um certificado foi entregue às meninas pela princesa Vitória da Suécia, que é a patrona do prêmio.
Emocionadas, Laura e Camily discursaram, em inglês, o quanto estão felizes por representar o seu país e agradeceram a todos que contribuíram para que o projeto e a participação delas no evento fosse possível. “Estou sem palavras para expressar meus sentimentos neste momento, muito feliz por contribuir para a ciência mundial”, falou Laura. Camily acrescentou o quanto o projeto mudou a sua vida e o modo como ela vê o mundo.
O anúncio de que seriam as representantes do país na grande final internacional foi feito na cerimônia de encerramento da etapa brasileira, integrada à Conferência Internacional Rio 2030, em 06 de junho, no Rio de Janeiro.
As estudantes obtiveram patrocínio e apoio de diferentes instituições para a viagem à Suécia. CDAE, Scania, Xylem e Sabesp foram patrocinadores; Bucon, Compactor e Brazilcham atuaram como apoiadores.
As jovens desenvolveram absorventes higiênicos mais baratos e ambientalmente sustentáveis, em comparação com os produtos encontrados no mercado, de algodão e plástico. O baixo custo dos absorventes, que é de R$ 0,02 em média, contribui para reduzir o problema da falta de acesso a produtos adequados para o cuidado da higiene menstrual.
Os materiais absorventes foram produzidos a partir das fibras da palmeira juçara e do pseudocaule da bananeira (subprodutos industriais da região do litoral norte). Do resíduos da indústria nutracêutica (de cápsulas de medicamentos), as estudantes criaram um biofilme que envolve a parte interna do absorvente e é colocado dentro de suportes feitos com sobras de tecido.
O prêmio reúne jovens inovadores, entre 15 e 20 anos, encorajando o interesse em desafios relacionados à água e sustentabilidade. Criado em 1997 pelo SIWI – Instituto Internacional de Águas de Estocolmo (Stockholm International Water Institute), o prêmio é organizado anualmente em duas etapas: uma nacional, realizada em cada um dos países participantes, e uma internacional, na qual ocorre a grande final em Estocolmo, na Suécia, durante a Semana Mundial da Água de Estocolmo (Stockholm World Water Week). A princesa Vitória da Suécia é a patrona do prêmio.
No Brasil, o prêmio é realizado desde 2017. A Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (ABES) é uma das instituições organizadoras, por meio do Programa Jovens Profissionais do Saneamento (JPS); e a organização empresarial Brazilian-American Chamber of Commerce (BrazilCHam), uma das incentivadoras da participação das brasileiras no SJWP.
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