No bar, já com algumas rodadas de chope, começaram a brincar de voltar no tempo. Mas com destino específico: voltar a determinado jogo a que tinham assistido, seja no estádio, seja na televisão. Um falou do Brasil 4 x 1 Itália em 1970. Todos fizeram “ah!”, expressando aprovação e saudade. Ele tinha dez anos, ficava ao lado da TV arrumando a antena e o controle das horizontais. A sala cheia, os gritos, as bandeirinhas de papel, as pessoas na rua depois do jogo, o sol, o domingo que nunca mais acabaria. Outro estalou os dedos e citou Botafogo 6 x 0 Flamengo em 1972. Mas não era botafoguense e sim flamenguista. Sete anos de idade, a camisa do time, a dor de cada gol rasgando um pouco sua camisa e seu peito – logo era noite, o choro em soluços, a escola no dia seguinte com as gozações que ainda ressoavam na sua cabeça. “Não tem comparação”, disse outro: “Corinthians 1 x 0 Ponte Preta, em 1977, gol do Basílio”.
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