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Revelações I (…)
porcos, galinhas, muar
e a mãe curvada a plantar
nos canteiros da horta
sua couve e o seu coentro
e a colher lírios
num jardim imaginário.
Então eu era jovem e me fiz liberto
e me lancei ao mundo
sem tino, sem destino,
afastei-me das pequeninas coisas
sob o olhar contrariado do pai
as lágrimas não derramadas da mãe
livrei-me do pequeno mundo
e suas teias de aranha
e filigranas de cólera.
Então eu era jovem e alcei
o voo das andorinhas loucas,
no final de tarde,
a procurar abrigo antes das trevas.
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