Morador da Vila A, Rubens Thomazi manteve vários negócios, como as Chaves São Francisco – fotos: arquivo familiar
De H2Foz / Por Paulo Bogler Amigo, respeitoso e generoso com as pessoas. Essas são algumas das referências que vêm fácil à lembrança de quem conviveu com Rubens Reynaldo da Silva Thomazi, que faleceu aos 90 anos, na sexta-feira, 5, em Foz do Iguaçu.
Carinhosamente chamado de Rubão, o paulista de Piracicaba (SP) era multifacético: foi músico, artista plástico, botânico e fotógrafo. Com formação em Eletrotécnica e Mecânica, foi técnico em almoxarifado, atividade que o levou a trabalhar na construção de usinas hidrelétricas, nas décadas de 1960 e 1970, como Ilha Solteira, em São Paulo.
Em 1980, mudou-se com a família para Foz do Iguaçu, atuando com servidor de carreira na Itaipu Binacional por mais de três décadas. “Construiu ali uma trajetória marcada pela confiança, amizade e respeito mútuo entre colegas e demais servidores”, escreveu a neta, Renata Thomazi, jornalista iguaçuense.
Morador da Vila A, manteve vários negócios, como a empresa Chaves São Francisco. Esse ramo, particularmente, tornou-o bastante conhecido no bairro, com atendimento como chaveiro, técnico de eletrodomésticos e utensílios.
Seu Rubens lutou contra o câncer de pele por quase uma década e venceu a batalha. Com essa dignidade e coragem, enfrentou o Alzheimer, pelo menos nos últimos quatro anos. “Doença que, aos poucos, silenciou sua memória, mas jamais apagou o legado de afeto, criatividade e generosidade que deixou na vida de todos que o conheceram”, pontuou Renata.
Há 45 anos, Rubão mudou-se para Foz do Iguaçu; na Itaipu, foram mais de três décadas de trabalho – foto: arquivo familiar
Um dos filhos, João Luiz Thomazi mantém um canal de memórias nas redes sociais, em que resgata as lembranças dos trabalhadores que atuaram na construção da Itaipu. Ao informar, no espaço, o falecimento, várias pessoas registraram suas homenagens. Pai e filho trabalharam juntos da obra.
“Grande Rubão! Fez diferença por onde passou e fez artes”, escreveu Emília Medeiros de Souza. “Mais uma parte da história de Foz do Iguaçu nos deixou”, registrou Ane Goettems Rodrigues.
Já Fátima Bernadete de Freitas resgatou a convivência com Rubão. “Que honra ter conhecido essa grande pessoa”. E Carlos Bonespirito homenageou: “Contou muitos fatos acontecidos em Itaipu, principalmente do seu local de trabalho, o almoxarifado.”
Rubens Thomazi adotou a preservação ambiental como causa. Fundou a Associação de Orquidófilos de Foz do Iguaçu (AOFI), em 2003, e se dedicou à educação ambiental por mais 20 anos, promovendo exposições, oficinas e ações sociais.
“Seu trabalho gerou impacto positivo duradouro na comunidade, sendo reconhecido oficialmente em 2015, quando a AOFI foi declarada entidade de utilidade pública pela Câmara Municipal, coroando sua liderança e dedicação exemplar”, lembrou Renata.
Nas artes plásticas, Rubão preferia técnica de pinturas a óleo e se destacou na criação de presépios dinâmicos, que o tornaram presença certa nas feiras do Ecomuseu de Itaipu. Conquistou vários prêmios com sua obra, que aliava tradição cristã e as manifestações populares.
Um dos trabalhos artísticos de Rubens Thomazi – foto: arquivo familiar
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