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. O longa-metragem “Saúde tem Cura”, sobre o Sistema Único de Saúde (SUS), dirigido pelo cineasta Silvio Tendler, foi lançado nesta quarta-feira (8). Assim como o SUS, assisti-lo é gratuito, bastando acessar o canal do YouTube da produtora do cineasta, a Caliban Cinema. Com mais de uma hora e meia de duração, o filme foi feito em parceria da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e do Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (Cebes).
Realizado inteiramente durante a pandemia, “Saúde tem Cura” faz uma clara defesa ao SUS, único sistema de saúde do mundo que atende a mais de 190 milhões de pessoas gratuitamente. O documentário mostra como era o Brasil antes do SUS – quando o acesso à saúde tinha um viés elitista baseado em privilégios. E compara com a atualidade – um sistema público, universal e gratuito presente em mais de 5 mil municípios, com atendimento do básico ao complexo, urgências e emergências, produção de vacinas e medicamentos, pesquisas, hospitais universitários, ações educativas, vigilância sanitária e epidemiológica.
O filme apresenta a luta para a criação do SUS, traça um panorama da atualidade, com suas fragilidades decorrentes da falta crônica de investimento, e pensa o futuro da saúde pública no país. Conta com depoimentos de profissionais que participaram da sua criação; de médicos como Drauzio Varella, Paulo Niemeyer e Margareth Dalcolmo; de profissionais que atuam no dia a dia do sistema; de representantes da sociedade civil e de usuários.
“O SUS foi a coisa mais importante que se fez neste país”, diz o diretor do Instituto Estadual do Cérebro do RJ, Paulo Niemeyer. “Eu considero o SUS nossa arma mais poderosa, mais preciosa, e que tem que ser defendido a qualquer custo”, complementa a pneumologista e pesquisadora da Fiocruz Margareth Dalcolmo.
Conhecido como o “Cineasta dos Sonhos Interrompidos”, Silvio Tendler tem uma carreira de sucesso no cinema brasileiro e reconhecimento internacional. Já produziu e dirigiu mais de 70 filmes, entre longas, médias e curtas metragens. Entre os mais conhecidos estão “O Veneno Está na Mesa” e “Dedo na ferida”. Em 1981 fundou a Caliban Produções.
Seu filme anterior, o documentário “A Bolsa ou a Vida”,lançado em 2021 e também disponível gratuitamente na canal da produtora, aborda o desmonte do conceito de bem-estar social e faz refletir sobre a incompatibilidade do neoliberalismo com um projeto humanista de sociedade.
Sobre seus filmes serem considerados manifestos, Tendler afirmou, em entrevista ao Brasil de fato RS: “É para as pessoas acordarem pra realidade, acordarem pro mundo que nós estamos vivendo”.
Leia também: Entrevista de Silvio Tendler em novembro de 2021.
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