Serena, poema de Maria Raquel

Poema inédito.  Fotografia de Tirza Asaela.

Submergi em um mar calmo
Curtida pelo sal
Pensamentos de molho
Cerrando bem os olhos

Segurando a respiração por meses
Vi meu corpo se arrastando pelo lodo
[noutras vezes em suspensão]
Mas trouxe o mar que te afoga
Para dentro da minha boca

Agora [conforme a lua]
minha maré quebra em ondas
em mares profundos
trazendo conchas para a areia

A pele curtida,
Não arde no silêncio
E o barulho do mar em meu ouvido
[carregado de água e sal]
É cantiga de ninar
Na doce e fresca carne-viva.

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Maria Raquel é nascida em Curitiba, onde é administradora (graduada pela FAE) e servidora pública estadual. Tirza Asaela é barista em Foz do Iguaçu, Pr.