Podemos dizer que a música é um dos berços da humanidade. Com o passar do tempo, ela transformou-se em uma das principais formas de expressão cultural, religiosa e uma marca capaz de abrigar a individualidade. Assim como a humanidade, a música evoluiu, em uma toada marcada pela introdução de novas tecnologias que transformaram a maneira usual de se produzir música. Este avanço da arte sonora, inserido em uma época essencialmente digital, é o objeto de estudo da 6ª edição do Simpósio Internacional de Música Nova (SiMN). O evento acontece na próxima segunda-feira (30) e visa discutir o impacto das tecnologias nas poéticas e linguagens musicais no século 21.
Neste ano, o projeto será dividido em duas fases: uma sessão online, que acontece entre os dias 30 de outubro e 01 de novembro, com uma programação repleta de bate-papos e mesas-redondas. Já entre os dias 07 e 10 de novembro, a cidade de Curitiba, no Paraná, sediará o Simpósio de forma presencial, proporcionando 13 workshops e 3 concertos musicais.
Criado em 2012, o grupo de pesquisa Núcleo Música Nova, da Universidade Estadual do Paraná (Unespar), é composto por pesquisadores e estudantes de graduação e pós-graduação. Desde a primeira edição, o grupo tem como premissa incentivar o intercâmbio artístico entre as áreas de pesquisa e de composição musical, explorando os diferentes tipos de arte sonora e música experimental entre pessoas de diferentes partes do mundo, com ênfase na América Latina. Afinal, de acordo com o grupo, estudar as diferentes linguagens que compõem a música latina é enxergar traços coloniais que ainda permanecem na nossa produção musical, bem como interpretar as críticas presentes nas canções.
Ricardo Thomasi é professor temporário no Departamento de Música, do Centro de Educação, Comunicação e Artes (Ceca). Pesquisador e produtor musical, é um dos coordenadores do evento e explica que olhar para a música contemporânea é uma forma de enxergar a diversidade e as evoluções sociais. “Olhar crítica e artisticamente para essa questão é essencial para pensarmos os modos e modelos de produção musical hoje. Pensar a música na contemporaneidade é, pelo menos, delinear a diversidade de territórios transversais em âmbito social e científico, o que traz as tecnologias para o centro do debate da produção cultural atual.” conta Thomasi.
Historicamente, durante o século XX, período essencialmente marcado por revoluções e guerras, a música teve um papel vanguardista para “alfinetar” os modelos tradicionais da música. Hoje, segundo Ricardo, vivemos em um cenário diferente, de maior heterogeneidade e tecnologia, de tal modo que essa noção de vanguarda perde um pouco o sentido face às mudanças. Dessa forma, o simpósio traz para o centro do debate a função da arte sonora no mundo atual.
O SiMN é uma iniciativa do grupo de pesquisa Núcleo Música Nova, que é integrante da UNESPAR e, atualmente, do PPG Música da Unespar, com apoio da Universidade Estadual de Londrina. Para realizar a inscrição de ouvinte, basta realizar a inscrição através do link.
Assine as notícias da Guatá e receba atualizações diárias.