Há um tempo em que as ilusões se dissipam e a corda que nos sustentava se rompe há um tempo em que as hastes se curvam derrubando as flores soberbas e os botões que seriam buquêshá um tempo em que as peras trincam as raridades se partem os achados se perdem e ninguém sabe onde foram parar os poemas os guarda-chuvasos sortilégiosos pássaros as bonecas das meninas mortas os chapéus que sumiram na ventania há um tempo um tempo um só tempo depois não há mais tempoporque soaram as sirenes que proíbem a fantasia e realidade não acolhe planos sob um céu de acasos e sonhos minados
____________________________ Célia Musilli – é jornalista e escritora em Londrina, Pr. Poema publicado na revista Escrita 15.
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