Livro é contraponto à desinformação espalhada sobre o MST – Divulgação
Começou como uma pesquisa acadêmica. Quando era doutoranda pela École des Hautes Études en Sciences Sociales (EHESS), Universidade do Havre, a socióloga Susana Bleil fez um longo trabalho de campo entre os anos de 2000 e 2003 no assentamento Santa Maria, com os sócios da Cooperativa de Produção Agropecuária Vitória Ltda (Copavi), em Paranacity, no noroeste do Paraná. O assentamento tinha sido fundado menos de uma década antes, em 1993.
O trabalho usou ferramentas como análise histórica, entrevistas abertas, histórias de vida e a observação participante. Virou um livro em francês, lançado em 2012, e agora ganha versão em português editada pela Ed. Contracorrente, sob o título “MST: a construção do comum”.
Dois eventos presenciais de lançamento aconteceram nesta semana, no estado de São Paulo, inaugurando a etapa brasileira do livro. A obra foi publicada originalmente em francês, em 2012, sob o título Vie et luttes des Sans Terre au sud du Brésil (“Vida e lutas dos sem-terra no sul do Brasil”, em tradução livre).
A versão em português pode ser adquirida via online pelo site da Contracorrente.
O livro se insere no estudo da “luta pelo reconhecimento”, objeto de pesquisa em Ciências Sociais.
Além de registrar a história de uma das mais bem-sucedidas experiências do MST, Bleil se ampara na sociologia para analisar a complexidade e os desafios de convivência, produção e resistência na luta pela reforma agrária no Brasil. Com seu trabalho etnográfico, a autora revela, em detalhes, o funcionamento da cooperativa, as decisões políticas e as dificuldades da construção coletiva.
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