É tempo de olhar com outros olhos a forma como nos organizamos economicamente e socialmente e fazer desta crise uma transformação que não seja passageira. Está sendo necessário acontecer uma tragédia social com a chegada do vírus corona para que as pessoas fiquem presas dentro da caixa e finalmente comecem a pensar fora dela. Muitos estão conhecendo a palavra solidariedade além do dicionário só agora. A economia criou seres egoístas com a ideia falsa de que é preciso gerar escassez para que se dê valor para as coisas. Produtos e serviços que em uma fase de pandemia mundial já não têm mais grande valor. A escassez agora não é de caviar, área VIP, relógio Rolex, horário no atendimento com o mesmo profissional da beleza dos famosos ou mansão em Miami. A escassez agora é de leitos e equipamentos de saúde nos hospitais; e isso, meu caro, o seu dinheiro não pode comprar. É hora de frear o desperdício e pensar na economia em todo processo do produto ou serviço; no caso do alimento, desde a plantação, irrigação, colheita, transporte e distribuição e preparação. Ficar em casa para não espalhar um vírus letal para algumas pessoas tem sido a maior prova de solidariedade que eu vivi pra ver esse despertar na humanidade. Muitos pensam apenas em proteger os seus, mas já é um grande passo pelo ponto de vista de que o egoísmo era tanto que nem essa preocupação existia. Se esse sentimento solidário que está começando a despertar nas pessoas for viral e contagiar todos os seres humanos, o mundo passará pela transformação mais linda da história.Basta olhar pra vida de forma abundante, em que a escassez deixa de ser considerada valiosa e de gerar mais competição e egoísmo entre as pessoas. Passaremos então a viver e a nos relacionar de forma mais colaborativa e com um olhar mais gentil e solidário entre nós e com a natureza.
__________________________Analuz Palmar é publicitária e artesã em Foz do Iguaçu, Pr.
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