Tempo é bicho ligeiro,
me escapa sem pedir licença,
passa correndo, sorrateiro,
me deixando só a presença.
E eu só quero um tempinho,
um minuto sem pressa, sem lei,
mas na correria, sozinho,
nem sei o que é tempo de rei.
Os dias passam, não dá pra segurar,
entre prazos e metas, sem respirar.
É tic tac que vem e que vai,
eu busco meu tempo, mas cadê? Já se esvai.
Relógio engole o que eu sonhei,
me atropela, leva o que eu nem comecei.
Quem dera frear, viver no momento,
mas tempo é vapor, é vento, é tormento.
Queria mais tempo pra tudo e pra nada,
pra ver o sol sumir na estrada.
Pra ouvir aquela música devagar,
mas no tempo da pressa, quem vai me esperar?
E se o tempo é dinheiro, me sinto devendo,
nunca dá, sempre correndo.
Já nem sei se vivo ou só sobrevivo,
fingindo que tenho um tempo alternativo.
Tempo apressado, parceiro ingrato,
me faz de refém, me deixa em ato.
Não peço muito, só um instante,
pra ver o mundo, ir mais adiante.
Falta de tempo, essa é minha sina,
mas, às vezes, a alma inclina.
E, quem sabe, se eu conseguir,
num tempo só meu, possa existir.
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