Teatro paraguaio revive o encontro que a história não registrou. – Foto: Divulgação
Uma adaptação de literatura premiada chega aos palcos do Paraguai para emocionar e provocar reflexão. “Dois Homens Junto ao Rio”, inspirada na novela do escritor Andrés Colmán Gutiérrez, resgata um encontro que a história nunca registrou: o diálogo imaginário entre o cientista suíço Moisés Santiago Bertoni e o jornalista espanhol Rafael Barrett, duas figuras que moldaram o pensamento e a identidade do país.
A trama transporta o público ao ano de 1908, quando Barrett, após denunciar as condições de escravidão nos ervais do Alto Paraná, é brutalmente agredido. Ferido, ele é resgatado e levado à colônia Guillermo Tell, onde é acolhido por Bertoni. Nesse refúgio, nasce uma conversa profunda sobre ciência, liberdade, humanidade e esperança — um encontro fictício, mas possível, recriado pela arte.
Com cenografia minimalista e forte carga interpretativa, a montagem propõe um tributo a dois estrangeiros que fizeram do Paraguai o centro de suas vidas e ideias. A peça também dialoga com a cosmovisão ancestral guarani, que sonha com uma Yvy marane’y — “uma terra sem mal”.
Sob a direção de Héctor Silva, e com as atuações de Luis Zorrilla e Ronald Von Knobloch, o Grupo Teatral La Mirada apresenta uma experiência que une emoção, memória e reflexão. No Alto Paraná, a produção conta com o apoio do grupo teatral Lampium, agregando talento e compromisso cultural local.
Segunda sessão: sexta-feira, 17 de outubro, às 19h, no Parque Aventura, em Presidente Franco, junto às Cataratas del Monday.
O lançamento nacional foi quinta-feira (16 ), na UNE, em Ciudad del Este, com a presença do autor Andrés Colmán Gutiérrez.
Ingressos:
A turnê seguirá para San Antonio, Assunção e Encarnação, ampliando o alcance da produção para diferentes regiões do país.
Declarada de interesse cultural pela Secretaria Nacional de Cultura do Paraguai (Resolução SNC Nº 384/2025), “Dois Homens Junto ao Rio” transcende o formato teatral para se tornar uma celebração da memória e da identidade paraguaia.
Mais do que um espetáculo, é uma viagem à alma do Paraguai — um convite a sentir, pensar e reencontrar as raízes. Afinal, quando a arte se atreve a imaginar o impossível, a história se torna presente.
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