Prédio da reitoria da UFSC no campus de Florianópolis — Foto: Divulgação/UFSC
O Conselho Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) aprovou as línguas indígenas brasileiras como equivalentes a idiomas estrangeiros em processos seletivos para ingresso na pós-graduação. Dessa forma, alunos indígenas que falem português e mais uma língua indígena já terão um idioma estrangeiro para fins de proficiência.
Assim, a medida será incorporada à nova resolução normativa dos cursos de pós-graduação stricto sensu da UFSC e passa a valer assim que for publicada pela Universidade. O que deve ocorrer até o final de setembro, após a norma passar por revisão.
A iniciativa foi inspirada por uma política já adotada pelo Programa de Pós-Graduação em antropologia social da UFSC, que reconhece as línguas faladas pelos estudantes indígenas na validação das autodeclarações étnicas da Política de Ações Afirmativas da universidade.
A secretária de Ações Afirmativas e Diversidades da UFSC, Francis Tourinho, informou que a medida faz parte de uma atualização da resolução da pós-graduação, que orienta todos os processos desses cursos.
“Não é tornar a língua indígena como estrangeira, é reconhecer que esse aluno [indígena] já é bilíngue. Uma vez que a língua oficial do curso é o português, nada mais correto, mais inclusivo do que a gente permitir que uma pessoa bilíngue use a sua outra língua, fazendo com que a pós-graduação seja mais acessível e mais inclusiva para os povos indígenas”, afirmou a secretária.
Tourinho disse que há cerca de 200 estudantes, de um total de 30 mil, são indígenas na graduação da UFSC.
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