.
Professora Rafaella Santos fez doutorado na Coleção Brasileira de Micro-organismos de Ambiente e Indústria da Unicamp – Foto: divulgação / Unila
De acordo com a curadora da CCMIBA, a professora Rafaella Costa Bonugli Santos, o potencial para o desenvolvimento de novas pesquisas é ainda maior. “Fungos e bactérias são organismos que podem sobreviver e crescer em diferentes condições, eles podem, por exemplo, viver em ambientes sem oxigênio. Durante seu crescimento, eles produzem alguns compostos que podem ser usados pelo ser humano em diversas áreas, como para produzir alimentos, tratar doenças e até para despoluir um rio ou solo”, explica.
Objetivo da Coleção é manter viáveis os microrganismos coletados por docentes e estudantes da UNILA – Foto: divulgação / Unila
.A Coleção surgiu oficialmente em 2020 com o objetivo de manter viáveis os micro-organismos coletados por docentes e estudantes da Universidade e de instituições parceiras. Os fungos e bactérias da CCMIBA têm diversas origens. Há um acervo grande de fungos isolados que foram encontrados em plantas, troncos e no solo do Parque Nacional do Iguaçu, mas há também micro-organismos marinhos, provenientes de indústria têxtil, de esgoto, coletados de rachaduras da Usina de Itaipu e até leveduras e bactérias da Antártida.
.Os organismos microscópicos são mantidos em ultrafreezers, a uma temperatura de -80ºC. Com o ultrafreezer e os meios de cultura corretos, é possível manter os organismos viáveis por um período de seis meses. Depois disso, eles precisam ser reativados e voltar a ser congelados. “Esse é um processo contínuo, que demanda pessoal capacitado e investimentos em equipamentos e suprimentos. Esse processo garante que tenhamos organismos aptos para novas pesquisas, além de projetos de extensão e atividades de ensino desenvolvidos na Universidade”, diz Rafaella Santos. A docente, que é curadora da Coleção da UNILA, fez doutorado na Coleção Brasileira de Micro-organismos de Ambiente e Indústria (CBMAI) da Unicamp.
Quemili Brand veio de Itá (SC) para estudar Ciências Biológicas na UNILA e atualmente é bolsista do CCMIBA – Foto: divulgação / Unila
Atualmente, a equipe da Coleção trabalha na organização e catalogação de todo o material preservado. Alguns organismos precisam passar por análises genéticas para serem identificados. “Nosso trabalho vai desde a coleta do micro-organismo em campo até a extração do material genético em laboratório para fazer o sequenciamento e identificar a espécie. Pode parecer algo simples, mas é um processo que leva, no mínimo, seis meses de trabalho”, complementa Quemili Brand, estudante de Ciências Biológicas e bolsista do CCMIBA. Os dados primários de todas as espécies identificadas irão integrar a Rede Paranaense de Coleções Biológicas (TaxOnline), que reúne coleções botânicas, microbiológicas e zoológicas de instituições de pesquisa do Paraná. A partir da TaxOnline, as informações também vão compor um banco de dados internacional, permitindo que sejam acessados por pesquisadores e pessoas interessadas em microbiologia do mundo inteiro.Bactérias no combate à Covid-19
Assine as notícias da Guatá e receba atualizações diárias.