Estudantes utilizam cartazes para mostrar a falta de professores – Foto: CASS
Os estudantes do curso de Serviço Social da Unila, coordenados pelo Centro Acadêmico, paralisaram as atividades do curso por tempo indeterminado. A atitude foi tomada em assembleia no último dia 12 de setembro e, entre as principais questões relacionadas com a qualidade do curso, a principal reivindicação do movimento é a contratação de mais professores. Hoje o curso conta com 303 alunos, atendidos por apenas seis professoras efetivas e uma visitante, conforme explica a coordenação do movimento, em nota escrita.
“O curso de Serviço Social da Universidade Federal da Integração Latino-Americana – UNILA, historicamente desde sua implementação em 2015 é assolado pela falta professores para compor o corpo docente efetivo que garanta o tripé da educação superior que é ensino, pesquisa e extensão. Houveram várias tratativas ao longo do tempo que trouxeram alguns ganhos, mas que de maneira geral nunca trouxe uma resolutiva que comportasse a totalidade da problemática.
O cotidiano dos estudantes na universidade tem sido acompanhado de inúmeras precariedades como, atrasos no tempo de formação pela não oferta de disciplinas, componentes curriculares obrigatório cancelados, falta de professores para supervisionar estágio obrigatório e orientação de TCC e outros. Em detrimento a isto, os discentes do curso decidiram de forma unânime em Assembleia Estudantil, realizada no dia 12 de setembro no auditório do Campos Integração, pela paralisação das atividades da graduação por tempo indeterminado, no intuito reivindicar o direito à uma educação de qualidade.
Para além disso, o curso hoje conta com 6 professoras efetivas e 1 visitante. Entretanto, duas destas professoras efetivas tem redução de carga horária reduzida garantidas por Lei e a professora visitante terá seu contrato encerrado em outubro. Este número reduzido de docentes ademais de ser prejudicial aos alunos, também está precarizando o trabalho destas professoras e muitas estão em processo de adoecimento por conta da carga horária de trabalho excessiva que estão realizando para garantir a continuidade de algumas atividades. Portanto, a reivindicação dos estudantes hoje, para além de uma educação de qualidade com um corpo docente completo, é também para garantir condições objetivas de trabalho para as docentes do curso.
Ressalta-se também que as demandas levantadas não se encerram dentro do espaço acadêmico, uma vez que, no dia 28 de Julho a portaria de n°29 publicada pelo Ministério da Educação destina 30 vagas de docentes efetivos para a instituição, desta forma, além de tensionar a reitoria por respostas, os estudantes também requerem um posicionamento do MEC do por que essas vagas ainda não estarem disponíveis para a contratação de novos professores.”
Acesse o diário do movimento, aqui.
Em nota oficial que fez circular em redes sociais, a direção da Unila se posicionou sobre o movimento e as reivindicações:
“A Reitoria da UNILA solidariza-se com o movimento do corpo estudantil do curso de Serviço Social e, durante esta semana, vem buscando soluções para evitar os prejuízos para o semestre em andamento. Em atenção às legítimas demandas dos e das estudantes, que hoje demonstram preocupação quanto à impossibilidade de se formarem devido à falta de professores, a Reitoria comunica seu compromisso colocando-se à disposição, com transparência e diálogo, para buscar as soluções mais céleres para a conclusão satisfatória do curso.
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