Há 12 anos, Michele Garcia Dias e o marido Rozivaldo Dias tomaram a decisão de deixar a cidade para se estabelecer no campo. Até então, moravam em Cascavel, onde Michele trabalhava como cabeleireira e o marido como auxiliar de dentista, função que ele conciliou com a de produtor rural. “No começo, plantávamos alguns pés de alface sem usar veneno, mas, como era em campo aberto, nossa produção sofria a influência de agrotóxicos usados em propriedades vizinhas. Por isso, começamos a plantar barreiras vegetais, como cana e bananeiras, para proteger nossa plantação dos agrotóxicos que vinham pelo ar”, explicou Michele.
Com o passar dos anos, a pequena propriedade de um alqueire e meio se transformou em um modelo de produção 100% orgânica. E foi por meio do Programa Paraná Mais Orgânico que a família recebeu o selo de certificação para comercializar seus produtos. Além de eliminarem os custos com agrotóxicos, os produtos orgânicos podem agregar até 30% de valor no mercado. “Hoje, minhas crianças pegam as verduras direto da horta e nem precisam lavá-las. Para nós, que trabalhamos aqui, a vantagem é não ter contato com produtos químicos. Para os nossos clientes, a produção orgânica significa qualidade de vida”, afirmou Michele.
O processo de certificação exige várias adequações na propriedade e dura, em média, um ano. Durante esse período, os produtores recebem orientação técnica das equipes dos núcleos do Paraná Mais Orgânico, totalmente de forma gratuita. “O produtor passa por um processo de adaptação que envolve plantio de barreiras vegetais permanentes, manejo da terra, cuidado com a água e outros procedimentos necessários para a conversão à produção orgânica”, explicou a agrônoma Fabiana Tonin.
Após esse período de acompanhamento, um inspetor do TECPAR (Instituto de Tecnologia do Paraná) realiza a vistoria na propriedade e, se tudo estiver conforme os critérios, o produtor recebe a certificação que garante que o produto como orgânico, podendo então comercializar os produtos no PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar), PAA (Programa de Aquisição de Alimentos), feiras e diretamente aos consumidores, possibilitando agregar valor ao produto.
Na região Oeste do estado, o acompanhamento do programa é realizado pelo Núcleo do campus de Marechal Cândido Rondon. “Assim que o produtor demonstra interesse em aderir ao programa, nossa equipe visita a propriedade para fazer a avaliação inicial. E durante um ano ele recebe o acompanhamento necessário para conseguir a certificação”, explicou Andreia Cristina Peres Costa, coordenadora do núcleo.
A Unioeste coordena dois núcleos de certificação do Programa Paraná Mais Orgânico: em Francisco Beltrão que atende a região Sudoeste do estado e Marechal Cândido Rondon que atende a região Oeste.
Para outras informações com o núcleo de Francisco Beltrão entre em contato pelo telefone (46) 3520-4817 ou pelo e-mail pmobeltrao@gmail.com. E para falar com o núcleo de Marechal Cândido Rondon o telefone é (45) 3284 7901 ou pelo e-mailrondon.pmo@unioeste.br .
Em uma iniciativa que reflete o compromisso do Paraná com a saúde e o meio ambiente, a partir de 2030, todas as escolas estaduais terão de oferecer merenda 100% orgânica para os alunos. Essa medida visa garantir uma alimentação saudável e incentivar o consumo de produtos livres de agrotóxicos, beneficiando tanto as crianças quanto os produtores locais.
Com o Programa Paraná Mais Orgânico, o estado não só fortalece a produção sustentável e a saúde da população, mas também cria um ciclo que conecta produtores, consumidores e instituições educacionais em prol de um futuro mais saudável e consciente.
Assine as notícias da Guatá e receba atualizações diárias.