Entre as facilidades proporcionadas pelo sistema é fornecer descrições detalhadas do ambiente, informando se o caminho à frente está livre e seguro para caminhar. – Foto: divulgação
Sob coordenação dos professores da Unioeste, Fabiana Frata Furlan Peres e Claudio Roberto Marquetto Mauricio, e da UFPE, João Marcelo Teixeira, o projeto ajuda os usuários a entenderem melhor as pessoas em contextos sociais, o que pode ser ativado conforme o interesse do indivíduo. A tecnologia, que inclui um sistema de descrição facial e de características físicas, permite que pessoas cegas reconheçam e compreendam melhor as pessoas ao seu redor.
Outro componente essencial da tecnologia é o auxílio à locomoção. O sistema fornece descrições detalhadas do ambiente, informando se o caminho à frente está livre e seguro para caminhar, melhorando a segurança e a confiança dos usuários, especialmente em ambientes movimentados e barulhentos. Ao mesmo tempo, as pessoas podem pegar qualquer livro de uma biblioteca ou livraria e lê-lo de forma independente, aumentando a autonomia pessoal e o acesso à informação de deficientes visuais.
Para o pesquisador da UFPE, João Marcelo Teixeira, o projeto representa um primeiro passo num oceano de possibilidades. “A cooperação estabelecida entre UFPE e Unioeste permitiu que pudéssemos validar a ideia de utilizar um dispositivo de realidade virtual/aumentada (óculos) com outro fim bem diferente do original. Os próximos passos irão no sentido de baratear cada vez mais a tecnologia, tornando-a muito mais acessível a toda a comunidade. Nosso objetivo é que a tecnologia seja tão acessível que qualquer brasileiro com baixa ou perda total da visão possa fazer uso da solução proposta e tornar-se mais independente”, diz.
Ivã José de Pádua (ao centro): “O dispositivo é muito bom, é um dos melhores produtos que já experimentei em relação a audiodescrição” – Foto: divulgação
O feedback dos usuários é fundamental para o aprimoramento da tecnologia. O Assessor de Igualdade e Promoção Social da Unioeste, Ivã José de Pádua, que teve glaucoma na infância, testou a nova tecnologia durante o evento. “O dispositivo é muito bom, é um dos melhores produtos que já experimentei em relação a audiodescrição”, diz.
Ele também sugeriu melhorias, como tornar o dispositivo mais compacto e integrar o software diretamente nele, eliminando a necessidade de um computador auxiliar.
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