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Personagens do curta Nome – Arte sobre foto / USP Diversidade
Estreou nas redes sociais nesta sexta-feira, dia 28 de janeiro, em comemoração ao Dia da Visibilidade Trans, o curta Nome – #RespeitaMeuNome, projeto do Programa USP Diversidade em parceria com o Instituto Cultural Barong, com apoio do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids). Nome é um vídeo de animação que dá o passo a passo para que pessoas trans possam acessar a mudança de nome no registro civil. Ao acessar o QR Code do vídeo, uma relação de ONGs que podem ajudar no processo burocrático, bem como a lista de formulários e a legislação, estará disponível sobre o tema.
O vídeo tem uma linguagem lúdica e foi produzido com técnicas de animação e ilustração com um time de acadêmicos e parceiros, o que consumiu meses de reuniões, planejamento, criação e desenvolvimento. “O curta é mais um canal de educação que promove a multiplicação de informações, saberes, práticas de solidariedade com base no respeito aos direitos humanos e à diversidade, incluindo as questões específicas da população trans e travesti. Garantindo a inclusão, o curta tem legendas em português, inglês e espanhol”, destacou a professora Ana Paula Morais Fernandes, coordenadora do programa na USP.
A diretora de projetos da ONG Barong Adriana Bertini disse que a maior dificuldade do projeto foi identificar dados, como o número de pessoas trans no Brasil e o número de pessoas que fizeram a retificação social. “No país que mais mata pessoas trans no mundo é fundamental o esforço conjunto entre ONGs, gestores, academia e sociedade civil para reforçar a visibilidade trans, seus direitos e promovendo um debate educacional didático, ensinando o passo a passo de como retificar o nome.” O SOS Dignidade, um dos projetos de maior relevância da ONG, fez a retificação do nome de mais de 2.500 pessoas trans.
Uma das participantes do curta é Jacqueline Rocha Côrtes, que coordena o projeto TransRespeito. Para ela, um dos problemas enfrentados é que ainda há resistência por parte de servidores públicos em chamar a pessoa trans pelo nome social, que é um direito. “Ainda há servidores que só chamam a pessoa pelo nome que ela quer ser chamada se o registro civil estiver retificado.”
Clique no player abaixo e confira o vídeo:
Neste mês, o tema ganhou visibilidade na mídia por causa do reality show Big Brother Brasil (BBB), veiculado na Rede Globo de televisão. Na ocasião, uma das participantes do programa, a travesti Linn da Quebrada, foi chamada de “amigo” e pelo pronome “ele” numa das atividades do reality. O episódio fez Linn explicar por que tem o pronome “ela” tatuado acima da sobrancelha esquerda: “No começo da minha transição, minha mãe ainda errava e me tratava no pronome masculino. Eu falei que ia tatuar ‘ela’ na testa que é pra ver se ela não errava mais. E acho que assim é uma indicação pra todas as outras pessoas. Ficou na dúvida? Lê e daí vocês lembram que eu quero ser tratada no pronome feminino”, disse.
“O respeito ao nome e aos pronomes das pessoas trans é a maneira mais simples e mais adequada de demonstrar o respeito e acolhimento aos quais todas as pessoas têm o direito”, afirma Ariadne Ribeiro, assessora de apoio comunitário do Unaids no Brasil.
No ambiente universitário, o USP Diversidade, programa da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão (PRCEU) da USP, tem realizado diversas ações de fortalecimento da inclusão e respeito à diversidade. “Em uma época tão tecnológica que nossa sociedade vive, as matérias de consumo rápido possuem preferências nas redes por aqueles que buscam informação compacta e eficiente. Dessa forma os curtas-metragens detêm grande potencial como alternativa para gerar impacto social e apresentar ideias que promovam a inclusão e a diversidade, com reflexões para sensibilizar a sociedade”, disse Ana Paula.
Curta de animação Nome – #RespeitaMeuNome Coordenação geral: Ana Paula Morais Fernandes – Programa USP Diversidade Direção de arte e produção executiva: Adriana Bertini – Instituto Cultural Barong / Vozes e avatares: Ariadne Ribeiro Ferreira, Dan Kaio Lemos e Jacqueline Rocha Côrtes Onde assistir: No Youtube neste link ou nas mídias sociais do USP Diversidade (www.facebook.com/UspDiversidade) e da ONG Barong (www.facebook.com/InstitutoCulturalBarong)
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