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Conheça o robô Otto, ele está sendo desenvolvido por professoras da Universidade Federal de Mato Grosso, para auxiliar nas sessões de terapia de crianças com TEA – Transtorno de Espectro Autista.
O robô de aproximadamente 24 centímetros tem características físicas de um personagem de desenho infantil. Otto é capaz de falar números, letras do alfabeto e formar 170 frases variadas, usando vocabulário do cotidiano das crianças e demonstrações de afeto, como explica a professora Thais Kempner, uma das responsáveis pela confecção do robô.
Como as crianças com autismo tem dificuldade em manter o foco, o robô será usado para intermediar o processo terapêutico entre as psicólogas e fonoaudiólogas e a criança, levando à melhorias no comportamento, aprendizagem e interação social.
O primeiro protótipo foi doado para o Centro de Reabilitação Integral Dom Aquino Corrêa, em Cuiabá, capital do Mato Grosso. Kempner conta que após essa etapa de validação junto aos terapeutas do Centro de Reabilitação, as responsáveis irão aperfeiçoar o robô Otto de acordo com as avaliações dos profissionais e dos pacientes.
A nova etapa contará com financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Mato Grosso. Vão participar do projeto outras três graduandas mulheres e duas alunas do ensino médio, visando a inclusão feminina nesta área tecnológica.
Desenvolvimento – A professora e pesquisadora no projeto, Thais Reggina Kempner, do Curso de Engenharia de Controle e Automação, do Câmpus de Várzea Grande, conta que a pesquisa iniciou-se há um ano devido ao crescente número de diagnósticos de crianças com o TEA. “Ficamos sensibilizadas com dados do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC), que mostram que a prevalência de crianças com TEA vem aumentando progressivamente ao longo dos anos. Na última publicação do CDC, em 2021, a prevalência estava em 1 a cada 44 crianças”, explica.
Integram o projeto as professoras do Instituto da Computação da UFMT, Eunice Pereira dos Santos Nunes e Luciana Correia Lima de Faria Borges, que também é coordenadora do projeto da Fábrica de Alta Tecnologia Assistiva (FATA) que engloba a pesquisa.
Otton possui dez botões interativos que ensinam as crianças. Ao todo são 170 frases que versam sobre os números, o alfabeto, vocabulário do cotidiano das crianças, sensações, reconhecimento de cores, frutas, legumes e animais.
“Gravamos a voz em estúdio, com uma criança de 11 anos. Além disso, sabendo da importância da apresentação de expressões faciais no processo terapêutico para o desenvolvimento social das crianças TEA, foi inserida uma matriz de emissão de luz (LED 8×8) associada a movimentos dos braços e pernas do robô que permitirão representar emoções como felicidade, tristeza, vergonha, medo, raiva, entre outras”, ressalta a pesquisadora.
A professora conta também que o objetivo inicial não é a comercialização do robô. “Objetivamos a divulgação do trabalho através de publicações de artigos e periódicos. Sabemos que este projeto é inovador não apenas no Mato Grosso, e que os resultados trarão uma contribuição internacional com relação ao tema pesquisado”, finaliza em entrevista ao boletim da UFMT.
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