– Protagonizar a construção de um veículo alternativo para a liberdade de expressão foi o eixo da oficina de fanzine –
Em dezembro, as oficinas do Ponto de Cultura Tirando de Letra se estenderam pelo período noturno no Colégio Estadual Paulo Freire. No dia 11, por exemplo, a Guatá desenvolveu três oficinas com 32 estudantes dos segundo e terceiro anos que se interessaram por “fanzine”, estudando e praticando as várias etapas de criação dessa peça de comunicação alternativa. Os participantes das oficinas, adolescentes e adultos, em um primeiro momento conversaram sobre o contexto histórico em que o modelo de revista alternativa surgiu. Esse tipo de revista eclodiu no período da chamada “guerra fria’, que dividia áreas de influência das potências militares no Planeta. Nos anos 70 e 80, os fanzines foram importantes enquanto representação de grupos sociais que buscavam expressar suas inquietações, reivindicações e ações, entre eles os do movimento punk. O que começou na Europa, rapidamente chegou à América do Sul. No Brasil especificamente, os fanzines se disseminaram também entre os jovens dos anos 80 que queriam expressar política, comportamento, poesia. Por isso, essas revistas alternativas, feitas geralmente em fotocopiadoras, com baixíssimo custo, tiveram papel importante na popularização da escrita entre os jovens dos anos 80, servindo de canal para incursões de comunicação livre num tempo de censura e repressão.
Texto de Gabriela Fernandes. Fotos: Gabriela Fernandes, Izabela Fernandes e Kariny Wermouth
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