O primeiro lote de 400 máscaras está sendo utilizado no Hospital Universitário de Londrina. (Foto: divulgação)
Agência UEL
Projeto desenvolvido por professores dos Departamentos de Enfermagem do Centro de Ciências da Saúde (CCS), e de Design, do Centro de Educação, Comunicação e Artes (CECA) resultou no desenvolvimento e produção de um novo modelo de máscara recomendada para profissionais de saúde que poderá substituir o tradicional utilizado em ambiente hospitalar, mas que devido à grande procura, encontra-se em falta no mercado mundial. Um primeiro lote de aproximadamente 400 unidades foi entregue nesta terça-feira (14), à direção do Hospital Universitário (HU) da UEL.
Outras cerca de 15 mil unidades deverão ser produzidas nas próximas semanas pelos detentos da Penitenciária Estadual de Londrina (PEL I), por meio de acordo estabelecido entre a UEL e a unidade prisional. O objetivo é aproveitar a mão de obra dos detentos para a produção em larga escala, atendendo uma necessidade de urgência do HU/UEL, que é o hospital de referência para tratamento do coronavírus. Os modelos são feitos em SMS (Spunbond Meltblown Spunbond), seguindo Resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).
Segundo o reitor da UEL, Sérgio Carvalho, trata-se de um Equipamento de Proteção Individual (EPI) recomendado para os profissionais de saúde neste momento de excepcionalidade. Ele considera o novo modelo de máscara como inovação, uma vez que se trata de um produto confeccionado a partir de pesquisa acadêmica e que chega ao conjunto da sociedade trazendo grande benefício.
Parceria – A iniciativa partiu das professoras Danielly Negrão, do Departamento de Enfermagem, do CCS, e Thassiana Miotto, do Departamento de Design, CECA, preocupadas em oferecer proteção e segurança às equipes de saúde que atendem no HU/UEL.
A professora Thassiana Miotto explica que o modelo tradicional é indicado para proteção, principalmente, das vias aéreas na realização de procedimentos de saúde, pelos profissionais da área. A diferença para o protótipo desenvolvido, agora, é a modelagem que apresenta maior vedação, portanto, dando mais proteção ao usuário.
O projeto recebeu a doação de material para a produção de 15 mil unidades. Parceira da proposta, a confecção Cris Jeans, de Cambé, foi a responsável pelo corte do material. A costura e a finalização das máscaras serão feitas por duas empresas (Di Hoffmann e Santa Seta), também voluntárias no projeto. A professora Danielly Negrão afirma que, também, está consolidada a parceria com a direção da Penitenciária Estadual de Londrina (PEL I) para usar a mão de obra dos internos da unidade.
Ela lembra que a confecção das máscaras em SMS está em consonância com resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). A Resolução de Diretoria Colegiada (RDC) Nº 356, de 23 de março último, dispõe “sobre os requisitos para a fabricação, importação e aquisição de dispositivos médicos identificados como prioritários para uso em serviços de saúde”. A Resolução trata de normas em regime excepcional e tem validade por 180 dias, em virtude da emergência de saúde pública internacional relacionada ao coronavírus. “Assim, nossas máscaras em SMS são consideradas EPI [equipamento de proteção individual] com cobertura pela legislação”, diz a professora.
Tutorial – Os cursos de Design de Moda e de Enfermagem produziram, no final de março, um tutorial para ensinar a confeccionar máscaras descartáveis em SMS. Esse material é vendido pela indústria como um não tecido e muito usado para embalar os instrumentos cirúrgicos. O tutorial pode ser usado para a confecção das máscaras por qualquer hospital e clínica que tenha o produto.
O tutorial da UEL alerta que essas máscaras são para uso em situações extremas e devem seguir as recomendações de uso das máscaras de TNT descartáveis. O projeto do Design e da Enfermagem fornece – além do tutorial – os moldes e um manual técnico para a confecção das máscaras, ensinando o processo de costura.
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