Mais acessível, tecnologia nacional deve ajudar pacientes na UTI por causa do novo coronavírus (Foto: Divulgação/SP)
Foram quatro meses de trabalho envolvendo ao menos 200 pesquisadores, especialistas e alunos da escola politécnica da USP. Houve investimento de R$ 7 milhões. Desde o dia 16, 40 respiradores começaram a ser usados em pacientes com Covid-19 no Hospital das Clínicas de São Paulo. O ventilador pulmonar emergencial Inspire, desenvolvido pela Escola Politécnica da USP, será usado em casos graves e de média complexidade da COVID-19. Previsão é que a ampliação do uso dos equipamentos seja feita em três semanas.
Desenvolvido em um prazo de quatro meses por uma equipe de 200 pesquisadores, o Projeto Inspire, coordenado pelos professores Raúl Gonzalez Lima e Marcelo Knörich Zuffo, trabalhou o desenvolvimento e a produção de respiradores pulmonar a um custo reduzido com tecnologia majoritariamente brasileira. Para ilustrar melhor, cada aparelho tem seu preço estimado entre R$ 5 mil e R$ 10 mil.
Respirador da USP começa a ser usado em pacientes da COVID-19 em São Paulo (Foto: divulgação/SP)
Para as internações de pacientes com sintomas graves da COVID-19, os ventiladores pulmonares são um dos principais equipamentos à disposição dos médicos para a melhora do quadro clínico, marcado pela falta de ar. No entanto, conseguir essa ajuda não é tão simples, já que a COVID-19 mantém pacientes durante vários dias (até mesmo semanas) internados, sendo que o número de respiradores é limitado, caro e de difícil importação.
No cenário da pandemia, o projeto oferece uma alternativa para suprir a alta demanda hospitalar. Além disso, esse novo modelo pode ser usado tanto em casos de média complexidade como nas ocorrências de infecção por coronavírus que exigem terapia intensiva na UTI.
Agora, um estudo clínico aprovado pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa liberou o uso de dez ventiladores para atendimento a 40 pacientes no hospital de São Paulo. Enquanto isso, a USP está cumprindo as exigências finais da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para a produção dos aparelhos em larga escala. Inclusive, uma parceria entre o governo paulista e a Marinha prevê a produção de dez a 20 equipamentos por dia.
Assine as notícias da Guatá e receba atualizações diárias.