Uma descoberta importante para o tratamento da Covid-19 foi feita por pesquisadores brasileiros e publicado na revista científica Nature. A existência de uma síndrome conhecida como ‘tempestade de ocitocina’ como um dos primeiros sintomas de pacientes que tem maior chance de desenvolver quadros graves da doença foi apontada pelo estudo.
Na tentativa de combater o vírus, o desregulamento do sistema de defesa do corpo provoca um excesso de ocitocinas. Elas, por sua vez, formam uma tempestade responsável por causar danos ao organismo. Essa resposta do sistema imune agrava o quadro do doente, com inflamações de órgãos como rins e pulmões.
Os pesquisadores analisaram exames de sangue de 113 pacientes do novo coronavírus com doença moderada e grave. Após o aumento das ocitocinas, os pacientes com quadro moderado apresentaram uma redução da resposta imunológica. Já os pacientes graves mantiveram a resposta alta ao longo da doença
“Nosso estudo descobriu que alguns fatores imunológicos estão correlacionados a forma grave da doença. Nós observamos que alguns pacientes que tiveram a exacerbação desses fatores evoluíram para a forma mais grave”, explica o brasileiro Tiago Castro, pesquisador de imunologia da Universidade Rockfeller e um dos autores do estudo.
A cientista Carolina Lucas, da Universidade de Yale, que também assina o estudo, explica que pacientes que evoluíram para quadros mais graves apresentaram níveis elevados de ocitocina entre o 9º e o 12º dia após o início dos sintomas. Ainda, a pesquisadora ressaltou que a descoberta pode dar suporte à estudos com fármacos já disponíveis. “O estudo do Reino Unido vem mostrando resultados promissores com a dexametasona. A dexametasona é um fármaco que age justamente tentando controlar a resposta excessiva do sistema imune”, completa.
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