. Deus me abandonou no meio da orgia entre uma baiana e uma egípcia. Estou perdido.
O pandeiro bate é dentro do peito mas ninguém percebe. Estou lívido, gago. Eternas namoradas riem para mim demonstrando os corpos, os dentes. Impossível perdoá-las, sequer esquecê-las.
Deus me abandonou no meio do rio. Estou me afogando peixes sulfúreos ondas de éter curvas curvas curvas bandeiras de préstitos pneus silenciosos grandes abraços largos espaços eternamente.
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Ouça o poema, aqui:
http://culturafm.cmais.com.br/radiometropolis/lavra/carlos-drummond-de-andrade-um-homem-e-seu-carnaval#
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