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Jhonata, Ester, Maria, Paulo, Juliana, Caroline, Seu Jairo. – Foto: Camila Coradette
Cosmopolita, Foz do Iguaçu tem na cultura popular a força da sua gente. Em cada canto uma esperança, tal como canta Dona Ivone Lara. A cidade foi construída por trabalhadores e trabalhadoras de vários pontos do Brasil e dos demais países latino-americanos. Em meio a esse mundão de pessoas, um terreno fértil de saberes do povo é a histórica Vila C.
É desse jardim que brota “Não tô de bobeira”, um projeto cujo carro-chefe é a gravação de um disco digital, constituído por cinco músicas. São canções compostas por Paulo Silva, músico, historiador e comunicador popular, mas que contam com a construção coletiva de todo o grupo, formado por Seu Jairo, Juliana, Maria, Caroline, Ester e Jhonata.
A arte brota em um terreno fértil de saberes populares a partir da histórica Vila C. – Foto: Camila Coradette
Além do EP (Extended Play), o projeto terá a realização de cinco visualizers que acompanharão as músicas quando publicadas em plataformas digitais, como YouTube e Spotify. Os visualizers são vídeos, geralmente com imagens em looping, podendo ou não ter relação com a letra da canção, agregando sensações à sonoridade exibida.
As músicas retratam as andanças e vivências dos integrantes, constituídas com a levada do samba e com a criticidade de quem lê o mundo e suas contradições. O EP é como um lugar simples e aconchegante; um espaço que se transforma em espetáculo, no qual todos são instigados a participar ativamente.
O título do projeto, aliás, é também o nome de uma das faixas do disco, tendo no refrão da letra uma frase que soa como um petardo. Pulsante, o disco compartilha vivências a partir do carisma que compõe a identidade do grupo, convidando as pessoas a dançar ou a fazer coro na repetição das animadas e inteligentes estrofes, além de propor a reflexão sobre os temas abordados.
“Eu não tô de bobeira, nem vim a passeio, nem tô de viagem, eu vim a trabalho, seu moço, também pertenço à cidade”.
Bem, a essa altura você pode ter perguntado: como faço para ouvir e ver? Com proposta elaborada por Camila Coradette, Maria Cañon, Paulo Silva e Guilherme Marchi, “Não tô de bobeira” está em fase de pós-produção, com lançamento previsto para este segundo semestre de 2022.
“Já realizamos todas as etapas iniciais do trabalho, como pesquisa de campo e pré-produção, seleção e gravação das músicas em estúdio profissional, mixagem e realização dos visualizers. Falta pouco para colocar o bloco na rua”, antecipa a diretora do projeto, Camila Coradette.
Além do EP, o projeto terá a realização de cinco visualizers – Foto Camila Coradette
. “Por enquanto, quem quiser ficar atento às futuras novidades deste lançamento pode seguir nossas redes sociais”, complementa a diretora, indicando os perfis de Instagram dela (@mih.coradette) e de Paulo Silva (@maua1987).
Músico popular, Jairo Ribeiro é mais conhecido na Vila C como Seu Jairo. Foto: Camila Coradette.
. A equipe conta que outro objetivo do projeto é saudar a trajetória e enaltecer a vida dos antecessores de caminhada. Nesse sentido, a iniciativa também é uma homenagem à memória, uma das lições mais valiosas dentro do fazer da cultura popular, ao celebrar a história do músico popular Jairo Ribeiro, mais conhecido na Vila C como Seu Jairo e, pelos mais chegados, como Seu “Veio” Jairo.
Paulo Silva é músico, historiador e comunicador popular. Foto: Camila Coradette
O projeto foi aprovado no edital de concurso 01/2021 para seleção de projetos de produção e difusão cultural – aberto pela Prefeitura de Foz do Iguaçu e pela Fundação Cultural, sendo viabilizado com recursos do Fundo Municipal de Incentivo Cultural.
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