O Pássaro Vermelho em Foz, foto colorizada
Tela do aplicativo com os 8 pontos históricos
O aplicativo oferece um circuito histórico com oito pontos a serem explorados através de um mapa ou ao apontar a câmera para o ícone do “pássaro vermelho”, escolhido como símbolo por ser o primeiro avião a pousar em Foz do Iguaçu, em 1935, ainda no campo de aviação, que deu lugar ao aeroporto alguns anos depois. “No processo de realidade aumentada basta apontar o telefone para a imagem e o avião começa a voar. Traz uma imersão direta com esse personagem que a gente destaca o tempo todo”, comenta Marcos Moraes de Mendonça, estudante de História da UNILA e integrante da equipe do projeto de extensão “Espaço de Memória do Gresfi”. Ele lembra que o nome “Pássaro Vermelho” foi dado pela pioneira Otília Schimmelpfeng, que faz a descrição da chegada do avião biplano que vinha de Curitiba para Foz do Iguaçu no livro “Relatos Iguaçuenses”, de sua autoria.
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No circuito histórico, o aplicativo oferece textos informativos sobre os principais espaços do primeiro aeroporto da cidade (sala de embarque e instalações internas, fachada, pista de pouso e decolagem, posto de serviços e o pátio de aeronaves, que chegou a abrigar mais de dez aeronaves ao mesmo tempo) e também sobre a história da aviação e do terreno onde foi instalado, que fazia parte de uma estrada ancestral utilizada por indígenas e que ligava as Cataratas do Iguaçu às Sete Quedas, em Guaíra, chamada Caminho das Quedas ou Estrada para Itacorá.
Salão de embarque em realidade virtual
Com o aplicativo, também é possível conhecer o Gresfi atual e fazer um passeio virtual pelo salão principal do prédio na época de sua construção. “O aplicativo, na minha opinião, é sensacional. A gente não tem nada parecido na cidade, ainda mais na área cultural. Os visitantes ficam encantados. Principalmente, quando colocam os óculos de realidade virtual dentro do salão. A pessoa fica imersiva na história”, avalia Marcos, explicando que a ideia de aplicar a realidade virtual é de Lucas Rodrigues Ferraz, que é arquiteto, voluntário do projeto e casou-se no Gresfi. Ele desenvolveu um modelo em 3D do salão e essa funcionalidade foi agregada ao aplicativo, desenvolvido por Nathan Medronha da Silva. O aplicativo foi financiado pelo Gresfi e à UNILA coube a curadoria histórica. O vice-presidente do Gresfi, Raul Luiz Corrêa, destaca o fato de o aplicativo contar a história da aviação e a do clube, que ocupa o prédio atualmente. “O aplicativo acaba despertando o interesse das pessoas. Elas ficam curiosas e [ao acessar] acabam visualizando as informações que vão desde a década de 1930 até os dias de hoje, com o clube.”
Fotos mostrando diferentes momentos do aeroporto, e que compõem o acervo histórico do Espaço de Memória estão em outra funcionalidade oferecida. Há versões colorizadas das fotos originais em branco e preto, para que o visitante tenha uma percepção mais clara de como era o aeroporto na época de sua criação. Uma dessas fotos traz o croqui desenhado pelo arquiteto do primeiro aeroporto, Ângelo Murgel, que também é o responsável pela arquitetura do Parque Nacional do Iguaçu. Com a colorização é possível perceber, de forma mais evidente a existência de um lago próximo.
“Espaço de Memória do Gresfi” recebeu mais de 500 visitantes, somente em 2022. A visita presencial ao circuito histórico, que é gratuita e realizada aos sábados em dois horários (14h e 16h), pode ser agendada pelo telefone (45) 9 9118-6715.
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