Bolão foi construído com dinheiro de três fuscas. Foto/Marcos Labanca
Antonio veio morar em Foz para estudar. Foto/Marcos Labanca
“Meu pai conversava com os índios”
. Mas não eram só lagoas que havia no bairro. Os primeiros moradores mesmo foram índios. A região tinha uma aldeia, por isso uma das localidades hoje é denominada Gleba Guarani. Porém, com a formação do lago de Itaipu, a aldeia foi extinta; e os índios, obrigados a deixar o local, sem rumo. .
Ilde e Antonio se recordam dos índios e dizem que a convivência era amistosa. “Meu pai conversava com os índios, e os moradores se davam bem com eles.” Antonio revela que havia pelo menos 60 indígenas vivendo no bairro. .
Dona Ilde é uma das pioneiras do bairro. Foto/Marcos Labanca
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A vida em Três Lagoas era pacata até ocorrerem dois marcos históricos que alavancaram o bairro e Foz do Iguaçu. Primeiro, a construção da Ponte da Amizade, iniciada em 1956; depois, as obras de Itaipu (1974–1984), fazendo com que inúmeros barrageiros desempregados após o fim da obra se fixassem em Três Lagoas. . Muitos moradores vieram de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul. O casal de pioneiros cita a presença das famílias Barros, Giacobini, Mitioli e Riguel.
“Não tem como não conhecer o bolão do Serginho“
O progresso chegou, e a família Bortolini foi tocando a vida e crescendo. Com o tempo, Antonio, que jogava bolão, decidiu construir um. Foi aí que a mercearia da família se tornou o Bolão do Serginho. O vô e a vó tiveram quatro filhos, oito netos (dois, infelizmente, falecidos) e três bisnetos. Um dos filhos leva o nome do bolão. . “O sonho do pai era construir o bolão, e ele e a mãe começaram a pagar o consórcio de um Fusca”, informa Sérgio Bortolini Benites, 53 anos, o Serginho. No fim, o empreendimento custou três Fuscas, mas acabou saindo, mesmo Antonio estando apertado e precisando pagar as parcelas com atraso. . E quanto ao Serginho, ele seguiu os passos do pai e há 35 anos representa Foz do Iguaçu jogando bolão. Já conquistou sete títulos brasileiros e oito paranaenses. Serginho começou a jogar aos 13 anos e quando tinha 15 já representava Foz nas disputas.
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