Nossos cursos precisam estar fortemente focados na formação da cidadania e não de uma cidadania voltada apenas para o sentido nacional, mas também regional”, diz a reitora eleita da Unila, Diana Araujo
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A professora e poeta Diana Pereira Araújo – Foto: divulgação
A professora, doutora, tradutora e poeta, Diana Araújo, venceu no dia 17 a eleição para a Reitoria da Unila para um mandato de quatro anos. O resultado da eleição já foi homologado pelo conselho universitário e encaminhado ao Ministério da Educação que deve aprová-lo até junho, quando termina o mandato do atual reitor, Gleisson Brito..Nesta entrevista, concedida ao jornalista Zé Beto Maciel, Diana Araújo afirma que a eleição de uma professora e mulher na reitoria é significativa e representa de fato a inclusão e a proposta de integração latino-americana. “As práticas políticas na Unila também precisam de alguma maneira refletir o sentido inclusivo da nossa universidade”..Nesse momento, segundo a professora, é difícil pensar na abertura de novos cursos na Unila, embora uma longa lista já tenha sido aprovada no conselho superior da universidade. “Hoje, são 29 cursos de graduação com muito déficit de professores, de salas de aula e de laboratórios, inclusive”. . Diana Araújo defende a maior inserção da universidade nas cidades da tríplice fronteira. “Eu acho que essa participação da Unila na chamada comunidade externa precisa ser muito mais abrangente. Não apenas com projetos de extensão que temos, mas com uma agenda de extensão mais concreta, permanente, em determinados setores da universidade e da cidade. Assim como uma agenda de pesquisa que também dialogue com as necessidades e demandas locais”.
É sempre pensar que estamos em uma fronteira trinacional e isso é determinante para a atuação da Unila no território. A gente pode estar presente não só em Foz do Iguaçu, mas trabalhar de forma cooperativa nessa internacionalização solidária com as cidades vizinhas da Argentina e Paraguai”, completa.
A eleição de uma mulher como professora, como primeira reitora da Unila, é muito significativa porque embora a gente tenha uma vida curta, a gente só teve até agora na gestão, na alta gestão, praticamente figuras masculinas, homens na reitoria..É importante porque tem um sentido pedagógico, tem um sentido formativo para as nossas próprias estudantes, para a própria comunidade acadêmica. A Unila pretende ser uma universidade de fato inclusiva, de fato da integração latino-americana. Seria inadmissível que a gente não pudesse dar os nossos exemplos com as nossas próprias práticas. Então as práticas políticas na Unila também precisam de alguma maneira refletir o sentido inclusivo da nossa universidade.
.A Unila chega aos 13 anos com alguns ajustes em seus cursos, o que pode esperar daqui por diante? Terá novos cursos? Serão mais abrangentes, focados na formação da cidadania? .Nossos cursos precisam estar fortemente focados na formação da cidadania e não de uma cidadania voltada apenas para o sentido nacional, mas também regional. A busca de uma formação para a convivência na América Latina, para a convivência cultural, política, econômica e científica de todas as áreas.Uma cidadania que se pretende aqui é latino-americana, caribenha. . Nesse momento é difícil pensar na abertura de novos cursos, embora a gente tenha uma longa lista já aprovada no conselho superior, mas é difícil pensar na abertura de novos cursos nesse momento porque hoje são 29 cursos de graduação com muito déficit de professores, de salas de aula e de laboratórios, inclusive. .Leio parte do material das assessorias de comunicação das universidades públicas e há um termo que me incomoda muito – a “comunidade externa”. Como a universidade pode pular esse muro e ter uma interação/relação mais profícua nas cidades e regiões onde estão sediadas? O que a Unila tem feito em relação a isso e o que pode fazer mais? .A relação com a comunidade externa é muito fundamental e a gente vem articulando de forma muito incipiente. Nós precisamos estar na composição dos comitês das secretarias, dos comitês locais, de cultura, de educação. Hoje estamos inseridos de uma forma muito pouco ativa, muito incipiente. . Eu acho que essa participação da Unila na chamada comunidade externa precisa ser muito mais abrangente. Não apenas com projetos de extensão que temos, mas com uma agenda de extensão mais concreta, permanente, em determinados setores da universidade e da cidade. Assim como uma agenda de pesquisa que também dialogue com as necessidades e demandas locais..É sempre pensar que estamos em uma fronteira trinacional e isso é determinante para a atuação da Unila no território. A gente pode estar presente não só em Foz do Iguaçu, mas trabalhar de forma cooperativa nessa internacionalização solidária com as cidades vizinhas da Argentina e Paraguai. .
A recomposição do orçamento para Unila tem várias destinações fundamentais. A gente precisa não só de infraestrutura, edificação de salas de aula, toda essa questão do restaurante universitário, a ampliação de laboratório, tudo isso pra nós é muito muito fundamental.”
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