Pertences, poesia de Maria Raquel

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Sei muito pouco do que não está em mim.
E ainda menos do que não me pertence.
Isso não quer dizer que eu não entenda a sua dor.

[Mas eu não a sinto]
Ela não me pertence
Nem eu a ela.
Entendi que não pertencemos a alguém
e que pertencimento e autoaceitação
são como arroz e feijão.

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Enquanto insuflo meus pulmões
e me perco em quantos segundos
consigo ficar sem respirar
[momento que é só meu]
Penso se você se aceita.
E assim, às suas dores.
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Eu não tenho essas respostas
Ou as palavras que você não diz.
Tenho as palavras que não guardo.

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Que ao tempo que são tão minhas
Acabam por ser só suas

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Maria Raquel é nascida em Curitiba, onde é administradora (graduada pela FAE), casada em 2004 e servidora pública estadual desde 2013.