O carteiro fantasma, poema de Carmen Soler

 

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Na prisão existe
Um carteiro fantasma

Que vai de cela em cela
Entregando as cartas
que nunca se escreveram.
Vai e volta leve
com sapatos alados
por caminhos sem rastro.

O carteiro fantasma
Move-se no perigo
Como na sua própria casa.
Os guardas o procuram,
o perseguem.
Mas ele escapa sempre.
É só luz que se filtra
Tal como a esperança.
É um raio de lua
É o vento que passa.

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Carmen Soler (1924-1985), poeta, pintora e professora paraguaia. Militante do Partido Comunista Paraguaio, Soler foi presa e exilada várias vezes por lutar contra a ditadura de Alfredo Stroessner.
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Tradução de Wilma Nunes Rangel, professora e poeta brasileira. Texto e imagem extraídos de pesquisa realizada por Wilma Rangel. Aqui, o link para o trabalho acadêmico: https://tede.unioeste.br/handle/tede/4132