No Cidade Nova tem livro e poesia

O selo editorial e movimento literário Capivara Preta – Kapivara Kartonera reúne coletivo de autores latino-americanos e publica livros artesanalmente em Foz do Iguaçu.

Mano Zeu expondo as produções da Kapivara Preta na I Feira do Livro da Unila – Foto: acervo particular

Denise Paro, especial para Guatafoz
No bairro Cidade Nova, região Norte de Foz do Iguaçu, existe um celeiro de livros. É a Kapivara Preta que publica poesias, contos, crônicas e ensaios. Encadernados artesanalmente, os livros são costurados, colados e têm as capas pintadas.

A editora surgiu a partir de uma ideia do DJ Mano Zeu. As primeiras publicações começaram a sair em 2015, a partir de um coletivo de literatura e música chamado, No Hay Fronteira. O grupo reúne escritores, poetas e Djs da América Latina que se conheceram em Foz do Iguaçu.

São colombianos, haitianos, venezuelanos. A ideia deu tão certo que uma espécie de filial da Kapivara Preta foi aberta na Venezuela.

Edição venezuelana com a participação da Kapivara Preta – Reprodução de tela

O movimento tem um acervo de 30 títulos publicados. As primeiras publicações começaram com foco na literatura negra, daí o nome, Kapivara Preta. Com o tempo, vieram outros gêneros e uma diversidade de idiomas.

Há livros e coletâneas em português, espanhol, francês, guarani e criolo haitiano, a maior parte pequenos, até 60 páginas. Os livros em estilo cartonera, ou seja, que têm as capas pintadas a mão com reaproveitamento de papelão, muitas vezes são confeccionados a partir de mutirões e oficinas.

“A gente nem chama de editora. É um selo editorial caseiro, alternativo, artesanal. São pequenos livretos. Nós imprimimos em casa, no Cidade Nova, fazemos edição, revisão, impressão, costuramos livros, colamos e pintamos as capas”, diz Mano.

Mano Zeu conta que a editora está buscando outras formas de encadernação e confecção de livros maiores e minilivros que tenham poucas páginas, feitos com reaproveitamento de embalagens que geralmente são descartadas.

O acervo da editora está disponível todas às quartas-feiras na Feirinha Ecológica, no campus Jardim Universitário, da Unila. Também é possível acessá-lo na página do Kapivara Preta no instagram.

Guatá / Texto: Denise Paro