O cair da noite nas Cataratas do Iguaçu é um espetáculo com pouca plateia! Ainda de tarde, as altas luzes vão diminuindo, esmaecendo, e as sombras se tornando suaves, tênues, como que diminuindo o ritmo. Com a diminuição do barulho – ruído de motores, automóveis e turistas circulando – o som das quedas vai prevalece, aparecendo cada vez mais audível, límpido. A luz suaviza no céu, a temperatura da cor define suas dominantes alaranjadas e tudo vai se acalmando. Como que dizendo: hora de repousar!
Sai o último ônibus do transporte local e apenas os hóspedes do hotel terão o privilégio, se assim quiserem, de acompanhar esta passagem do crepúsculo ao anoitecer. Sutil e decisiva. Os bichos diurnos se recolhem e os noturnos aparecem.
E de repente o véu branco das quedas, quando olhamos, já vai sumindo na escuridão. A lua é minguante; se, cheia, haveria de iluminar bem mais e poderia se ver uma tênue luz prateada sobre as quedas.
Restam apenas alguns últimos raios de luz e cores no céu. Agora já se pode ver as estrelas somando-se à lua. Tanto quanto já não é mais possível visualizar nada além do céu estrelado, ouve-se o chuá, chuá das águas que agora reinam em absoluto…
O Parque dorme!
No dia seguinte, os primeiros raios de luz voltarão a revelar o grande véu com dominantes de cor azulada. Renovadas pela melatonina da escuridão e despertada pela serotonina do Sol, as quedas aparecem com todo o esplendor! E é com esta dança do anoitecer e do amanhecer, ora revelando, ora ocultando sua majestade, que parece nos querer dizer: há sempre luz!
Basta se levantar o véu. E apreciar as diversas possibilidades de ver esta que é uma das sete maravilhas da natureza. As Cataratas do Iguaçu, imensa redundância lhe chamar poesia. Melhor talvez seja lhe dizer, ininterruptamente: bom dia, Sol, boa noite, estrelas!
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