“Niñez”, foto tomada por Yuma Martellanz em Bocas de Toro, no Panamá.
PREFÁCIO
Assim é que elas foram feitas (todas as coisas) — sem nome. Depois é que veio a harpa e a fêmea em pé. Insetos errados de cor caíam no mar. A voz se estendeu na direção da boca. Caranguejos apertavam mangues. Vendo que havia na terra Dependimentos demais E tarefas muitas — Os homens começaram a roer unhas. Ficou certo pois não Que as moscas iriam iluminar O silêncio das coisas anônimas. Porém, vendo o Homem Que as moscas não davam conta de iluminar o Silêncio das coisas anônimas — Passaram essa tarefa para os poetas.
_________________________________________ Manoel de Barros, poeta brasileiro (1916-2014). Yuma Martellanz, fotógrafa italiana em trânsito pelo Caribe, colaboradora da revista Escrita.
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