José Scholgl, atualmente com 94 anos, pode-se dizer que é um iguaçuense de nascença e construção. Eletricista que foi se formar em São Paulo na primeira metade do século vinte e depois voltou para a terra natal de onde nunca mais saiu. Entre tantas atividades relacionadas com sua profissão, trabalhou na antiga usina hidrelétrica do rio São João, no Parque Nacional do Iguaçu. Cidadão comum, viu a cidade florescer, murchar, ganhar espinhos, florescer, em inúmeras etapas econômicas e políticas durante o século passado. Casou com a catarinense Edviges e constituiu uma família que hoje se ramifica por mais de 50 pessoas, entre filhos, netos e bisnetos. Amante da Música, fez da poesia e das letras de suas canções, o jeito de expressar seu amor pela terra natal. Seu José é uma das 32 pessoas que ofereceram suas expressões para edificar mais uma Escrita, a de número 49. Expressões estas maturadas com a marca indelével do tempo ou pelo estudo de formas e conteúdos. Algumas falando da realidade concreta, outras, com a significação principal das coisas sendo dadas pela imaginação e pela antecipação dos sonhos à realidade. Não importa. Todas elas compõem um largo mosaico que optamos por chamar de mapa de vivências, único, atemporal e indivisível, como são as edições anteriores da Escrita Guatá. Afinal, nos servem como guia e referência para navegarmos pelo tempo presente. Entre as mulheres e homens que colaboraram com a 49, estão educadores, educadores, artistas, jornalistas, desempregados, técnicos da área da saúde, comerciários e estudantes. A maioria vive em Foz do Iguaçu, vizinhos que são sem saber do seu José, o eletricista aposentado. Outras autorias, todavia, vieram de localidades brasileiras tão diferentes entre si como Boa Vista, em Roraima, Londrina, no norte do Paraná, e a cidade do Rio de Janeiro. É o caso dos textos do agente cultural Manatit e da bailarina flamenca Úrsula Férras. Ele, no extremo Norte brasileiro escrevendo enquanto cuida de arte educação em seu coletivo EcoaEcoa. Ela, do lado da orla mais conhecida do Brasil, textualizando a beleza de sua arte a partir da metrópole carioca. E se isso já não fosse rico o bastante em diversidade, recebemos colaborações do Equador, da Argentina, do Uruguai, do Paraguai, e até do Mar do Caribe.
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