A consulta virtual reúne dados de jovens de 22 municípios (Foto: Imagem ilustrativa/Pixabay)
. “Há tempos são os jovens que adoecem”, assim cantou Renato Russo e sua Legião Urbana. E em tempos de pandemia de covid-19, qual é a percepção dos adolescentes das cidades de Foz do Iguaçu e região? A enquete “E aí, como está a sua vida neste período de isolamento social?” contribui com respostas.
A consulta virtual reúne dados de adolescentes de 22 municípios, entre eles Foz e Santa Terezinha de Itaipu. A iniciativa é do projeto Prevenção e Redução da Gravidez Não Intencional na Adolescência nos Municípios do Oeste do Paraná, uma ação do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA Brasil), em parceria com a Itaipu Binacional.
Clique na imagem para acessar infográfico
Aos jovens foram apresentadas questões com respostas múltiplas sobre seus sentimentos, ocupação e meios de comunicação usados durante o atual período de distanciamento social. As perguntas também abordaram acerca de métodos contraceptivos e outras demandas em saúde.
Pesquisa identifica necessidades e olhares dos adolescentes durante a pandemia
. A pesquisa revela que 37% dos adolescentes do Oeste do Paraná estão com medo em relação à covid-19, e sua maior preocupação é a saúde da família (80%). Entre as demais preocupações apontadas pelos entrevistados se destacam os temas: futuro (61%) e educação (62%).
Entre os adolescentes ouvidos na pesquisa, 72% ocupam o seu tempo de maneira virtual utilizando o computador, celular ou tablet para conversar com amigos, estudar e assistir a filmes e séries, e 83% dos participantes da enquete dispõem de internet no seu domicílio.
A pesquisa indica que 34% dos jovens passam o tempo durante a pandemia com o trabalho. Desse total, 39% são meninos; e 32%, meninas. Sobre os motivos para sair de casa, 66,2% dos participantes do levantamento disseram precisar sair para trabalhar.
À pergunta “Como você se sente sobre a covid-19?”, a enquete recebeu como resposta principal: medo (37%), seguida de ansiosos (31%), tranquilos (25%), tristes (23%) e confiantes (18%). “Se percebe que entre os meninos a tranquilidade surge para 43% dos respondentes, mas para as meninas o sentimento de tranquilidade aparece somente para 15%”, explicam os organizadores da enquete.
A maioria dos jovens tem vivido o distanciamento social de forma intensa dentro de casa (26,2%). “Esse dado demonstra uma outra realidade em tempos de crise, quando mulheres e meninas ficam suscetíveis ao aumento de violência por parceiro íntimo e outras formas de violência doméstica devido ao aumento das tensões na família ou pelo período dentro de casa”, frisam os realizadores da pesquisa.
A análise do levantamento revela que a oferta de serviços para o combate da violência e da exploração sexual é essencial na pandemia. “Os impactos financeiros das epidemias também aumentam o risco de outras formas de violência baseada em gênero, como exploração e abuso sexual”, justifica a equipe do projeto.
– 89% possuem alimentação suficiente para a família;
– 86% dispõem de moradia; e
– 84% contam com água potável (porcentagem abaixo da média do Paraná).
Radiografia A pesquisa, entre 3 e 27 de abril, ouviu 382 pessoas da região com idades entre 15 e 18 anos (57%), 10 e 14 anos (18%) e 19 e 24 anos (8%). A maioria respondeu identificar-se com o gênero feminino, 73%, e 26% com o gênero masculino. Os dados foram recolhidos de maneira on-line, por formulário.
Participaram da pesquisa jovens das seguintes cidades(*): Assis Chateaubriand, Centenário do Sul, Coronel Vivida, Francisco Alves, Itaipulândia, Santa Terezinha de Itaipu, Toledo, Guaraniaçu, Ibema, Marechal Cândido Rondon, Diamante d’Oeste, Capitão Leônidas Marques, Igatu, Ubiratã, Formosa do Oeste, Ramilândia, Céu Azul, Nova Santa Rosa, Cascavel, Vera Cruz do Oeste, Palotina e Foz do Iguaçu – que totalizou 30,6% das respostas.
*Também participaram jovens de Maringá (0,8%) e Curitiba (1,3%).
Assine as notícias da Guatá e receba atualizações diárias.