A Editora Expressão Popular iniciou uma campanha de solidariedade e arrecadação de recursos para fomentar a construção de bibliotecas populares. Com o título Doe livros para transformar o mundo! – o objetivo é disponibilizar, a preços abaixo de custo, 60 exemplares para cada local onde serão implementadas as bibliotecas populares e comunitárias.
A campanha é iniciativa da Editora Expressão Popular, juntamente com movimentos sociais, como o MST, a Escola Nacional Paulo Freire, a Rede Rua, o Levante Popular da Juventude, a Periferia Viva, o Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras por Direitos (MTD) e as Torcidas organizadas.
Criada em 1999, a Expressão Popular é uma Editora ligada aos movimentos populares, como Movimento dos Trabalhadores Sem Terra, as Pastorais e outros. Com o objetivo de contribuir na formação de consciência dos trabalhadores e militantes dessas organizações, os preços dos livros editados pela empresa são vendidos a preço de custo, garantindo que mais pessoas tenham acesso ao conhecimento.
A ideia das bibliotecas populares veio de uma outra ação solidária: com o surgimento da pandemia, os movimentos sociais se dedicaram com afinco às campanhas para doação de alimentos, materiais de limpeza e higiene, máscaras e álcool em gel, aos mais vulnerabilizados pelo isolamento social. Em algumas dessas ações, o Levante Popular da Juventude e a Expressão Popular começaram a incluir livros, juntamente com os alimentos das cestas básicas.
E foi aí que veio a surpresa: de acordo com Miguel Yoshida, da coordenação da Expressão Popular, ao receberem as cestas e perceberem um livro em meio aos alimentos, as pessoas demonstravam mais interesse pelo livro do que pelos produtos da cesta básica. “Foi incrível e emocionante, os livros chamavam mais a atenção que a comida, embora a necessidade mais urgente fosse pelo alimento. Daí, tivemos a ideia da campanha, de forma que possamos disponibilizar livros para mais gente.”
O intuito é viabilizar, no mínimo, 100 bibliotecas populares até o fim de 2020, em conjunto com os movimentos que estão atuando nas ações de solidariedade nos territórios, fortalecendo a organização popular e a valorização do conhecimento para trabalhadores e trabalhadoras.
A campanha pretende arrecadar até 15 kits de livros por biblioteca. Para começar, os livros serão da própria Editora Expressão Popular e o objetivo é que os livros e a biblioteca sejam um ponto de encontro na organização onde forem doados.
Além das bibliotecas populares, a campanha também propõe a ação Mochila do Militante: serão disponibilizados 500 kits para os militantes envolvidos nas ações de solidariedade com livros fundamentais para compreender a conjuntura e a dinâmica da luta de classes.
E a última ação e o maior maior desafio: incluir exemplares em todas as cestas básicas doadas pelos movimentos envolvidos nas campanhas de solidariedade. “Queremos fazer com que nossos livros se tornem itens das cestas básicas que estão sendo doadas pelos movimentos populares para as pessoas em situação de risco, de forma que elas também possam também exercer esse ato de amor”, diz Miguel.
Para conseguir viabilizar essa proposta, a Expressão Popular vai disponibilizar os livros necessários para essa ação, abaixo do preço de custo e, para isso, vai precisar que os livros sejam comprados para serem doados. “Necessitamos da contribuição de cada um e cada uma empenhados em construir um Brasil mais justo, um Brasil do povo brasileiro” finaliza Miguel Yoshida.
No site da Editora há opção para doações entre R$ 10 e R$ 200. Para doar clique >> https://www.expressaopopular.com.br/loja/produto/solidariedade-doe-livros/
Mais informações pelo email: solidariedade@expressaopopular.com.br
Desde o início do isolamento social, os movimentos sociais estão desenvolvendo diversas ações de solidariedade para arrecadar alimentos, kits de higiene, máscaras, álcool em gel. A campanha Vamos Precisar de Todo Mundo, criada pelas Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, abriga e dá visibilidade para essas iniciativas. Desde seu lançamento, em abril, a campanha já arrecadou e distribuiu mais de 4 mil toneladas de alimentos, entre cestas básicas e alimentos agroecológicos produzidos pelo MST.
A partir daí, inúmeras outras campanhas e projetos envolvendo a solidariedade começaram a ser colocados em prática. As cozinhas comunitárias, que preparam marmitas com alimentos frescos para a população de rua e os muito vulneráveis. Em Curitiba, o projeto Marmitas da Terra prepara nessas cozinhas 700 marmitas todas as quartas-feiras e distribuiu no centro e nos bairros mais pobres. Em Pernambuco surgiu a iniciativa Agentes Populares de Saúde, que forma pessoas da própria comunidade para transmitir conhecimentos básicos de saúde, higiene e prevenção ao Coronavírus são alguns exemplos das ações solidárias que estão acalentando muitos que sofrem, mas também, fomentando ações importantes para o trabalho de consciência de classe.
E as ações de solidariedade de classe continuam. O site todomundo.org disponibiliza opções para doação via transferência bancária ou por um dos 315 pontos de coleta espalhados por diversas cidades do Brasil. Também é possível cadastrar uma iniciativa solidária ou pedir ajuda se necessário.
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