A fotografia da capa é de Áurea Cunha. Feita durante um alvorecer em Santo Alberto, cidade paraguaia que acolhe muitos brasileiros. Com ela, a autora conseguiu registrar a luminosidade do nascimento da manhã na mata e as diferentes matizes no céu e na vegetação.
Com essa imagem de abertura, a revista 53, anuncia com essas cores o inverno também. E oxalá ele seja apenas na situação climática. Para enfrentar o cinza da próxima estação, a Guatá reuniu muita coisa boa na edição.Pois bem, aqui estamos embarcados na 53, a mais nova edição da revista Escrita. Depois de um período sem publicação, eis que voltamos. E voltamos bem acompanhados de velhos e novos amigos nesta navegação. Olhos e palavras à disposição do deleite do caro leitor.Portanto, vamos lá!Neste número, procuramos aproximar imagens e textos aparentemente distantes. Claro, respeitando a subjetividade da relação autor/leitor, propomos algumas pontes entre ilustrações e fotografias com poemas e textos em prosa.Para tanto, contamos com a produção de mais de trinta convidados que colaboraram nesta Escrita. Jornalistas, professores, estudantes, profissionais da área de saúde e da assistência social, ilustradores, fotógrafos, músicos, nos dão matéria prima para voar.Então, vamos lá!
Entre as imagens, destaque para o ensaio sobre a dança flamenca feito pela fotógrafa paraguaia Hada Cuellar. Hada além de fotografar é roteirista de cinema, cantora e professora de música em Ciudad del Este.Somam-se a ela e à sua arte visual, mais gente boa. A assistente social e batuqueira Luciana Lourenço, por exemplo, mostra a Índia que sentiu em viagem recente com seu coração paranaense. Já a jornalista baiana/iguaçuense Sandra Narita revela alma com as nuances em preto e branco que colheu em um cotidiano cubano. Ainda com fotografias, temos Ronildo Pimentel, Camila Vital e Marcos Labanca. A capa, como já contamos, é de autoria de Áurea Cunha.Junto deles, os ilustradores Lalan Bessoni, Dieguito e Natália Gavotti concederam suas linhas e traços para emoldurar a revista.
Palavras – A expressão escrita da revista conta com a prosa dos jornalistas Alexandre Palmar e Wemerson Augusto. O primeiro contando sobre a aventura de se preparar para uma corrida e Wemerson nos oferece um conto inspirado na beleza das Cataratas e a reação do líder uruguaio Pepe Mujica. Também como crônica, o educador Marco Aurélio Morel apresenta a melhor das professoras que conheceu. Entre os poemas, Giane Lessa faz uma bela descrição da vida latino-americana em Guatá América. Do jornalista Fábio Campana emprestamos ‘Coisas Simples’. Os acompanham nos versos um time de bons parceiros de Guatá. Experimentados em escrever para a revista e outros tantos inéditos, preenchem cada centímetro de nossas páginas com poesia. São eles: Andréa Palmar, Cynthia Lopes, Áurea Cunha, Maísa Melara, Luizinho Quadros, Iara Lessa, Juliana Lyra, Jaquelini Marquezim, Adriana Biberg, Manatit, Mishta, Alana Haupt e Bia Cyrino.
Memória – Escrita 53 traz também uma lembrança da educadora Ilka Vera, que neste junho completaria 100 anos. Boa parte desses, dedicados à educação pública em Foz do Iguaçu. Ilka foi professora das primeiras séries do ensino fundamental, marcando sua trajetória por um método próprio de alfabetizar. Nos anos 50, foi a primeira alfabetizadora de adultos de Foz do Iguaçu. Mais tarde, lecionou História. Aposentou-se do serviço público em 1985, com mais de 40 anos de dedicação ao magistério.Fechando a edição da revista, um texto opinativo da atriz e medidadora de leitura paulistana Bárbara Parísios nos indaga sobre o que queremos na vida, afinal? Até onde mantemos nossa autonomia em relação ao sistema hegemônico que tudo mantém sobre sua forma e conteúdo. Pergunta sobre a ideia da inutilidade de nos movermos apenas a partir de tal lógica. Vale a reflexão. Vamos, lá?
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