As inscrições estão abertas e podem ser feitas via formulário eletrônico. O primeiro encontro está programado para o dia 29 de março, das 14h às 16h, e as aulas serão remotas e abertas a todas as interessadas, não sendo necessário vínculo institucional com a UNILA.
Ligado ao Programa de Pós-Graduação em Literatura Comparada, o projeto tem como objetivo – além da realização das oficinas – oferecer aos discentes de graduação e pós-graduação vinculados ao ILAACH a possibilidade de desenvolver produtos editoriais em diferentes meios (impressos, eletrônicos, digitais).
Segundo Jorgelina Tallei, coordenadora da ação de extensão, a iniciativa surge da necessidade de um ambiente de experimentação editorial no ILAACH, permitindo que estudantes tenham contato com práticas concretas. Como explicou, o Laboratório possibilita uma interação essencial entre a teoria e a prática, estimulando o pensamento crítico e a criatividade no processo editorial. “Nesse primeiro momento, pensamos que seria importante enfocar nas mulheres imigrantes, pois temos como um dos objetivos principais pensar o lugar da mulher na escrita e na edição”, contextualiza.
Nas oficinas, a proposta é fazer com que, gradativamente, cada uma das participantes parta de uma posição inicial de reflexão sobre a escrita e gênero e siga desenvolvendo sua percepção crítica até que possa, ao final do projeto, elaborar textos para que sejam publicados nos mais variados formatos.
No primeiro encontro “Escrever é uma questão de gênero?”, em 29 de março, a ideia é que, a partir de alguns conceitos, as participantes possam começar a escrever sobre o processo de ser mulher imigrante. No dia 26 de abril, o tema será “Escrever e ler: conexões possíveis” em que, a partir do “pensar a leitura”, serão trabalhadas conexões que permitam a construção de uma narrativa da imigração.
Já no terceiro encontro, em 31 de maio, a partir do tema “Observar a imigração”, a proposta é escrever sobre o processo imigrante a partir de leituras escolhidas, atividade que segue no encontro de 28 de junho, “A escritura da mulher imigrante”. “Observar e contar” será o tema de 26 de julho. Nesse encontro, serão lidos os primeiros textos e debatidos aspectos do processo de escrita.
A particularidade de haver uma variedade de línguas entre as participantes será explorada em 27 de agosto. Com o tema “Escrever, misturar e remixar”, o encontro será dedicado a uma prática de mistura de línguas a partir de exercícios de escritura criativa. “Edição e publicação” será o mote da penúltima aula do projeto, em 25 de outubro, em que será pensada conjuntamente a forma como os textos serão editados e publicados. Fechando os encontros, haverá a apresentação das narrativas das imigrantes, em 29 de novembro.
Segundo explicações da coordenação, o projeto “Laboratório de Produção Artística e Edição Editorial” se conecta diretamente com o projeto de pesquisa “Mulheres Cartoneras” e ao projeto de extensão “Pedagogia Cartonera”, também da Unila, que exploram a edição de livros artesanais e a difusão da leitura em diferentes contextos. Segundo Jorgelina, as discussões durante as aulas terão como ponto central a pedagogia cartonera para a publicação das narrativas.
As editoras cartoneras são voltadas à produção de livros feitos com cartóns (papelão), comprados de cartoneros (catadores). As obras têm vários enfoques e temas, e visam não apenas ampliar o acesso à literatura, mas também inspirar e transformar realidades.
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