Vacinação de adolescentes em Salvador (BA); desafio do Brasil é aumentar o alcance da imunização – ©André Carvalho/Smed/Fotos Públicas
. O Instituto Nacional da Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) conduz o estudo VacinaKids. A ideia é entender e diagnosticar o negacionismo de pais que rejeitam a vacinação de seus filhos contra o novo coronavírus. A pesquisa será desenvolvida até o dia 30 de janeiro do próximo ano.
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. O estudo se mostra necessário para combater visões conspiratórias e anticientíficas que comprometem a imunização coletiva e a superação da pandemia. A Fiocruz acredita que os resultados brasileiros devem ser melhores do que observados em outros países.
. Um levantamento apresentado pela coordenadora do VacinaKids, Daniella Moore, mostra que nos Estados Unidos, Israel e Canadá, a intenção dos pais em vacinar os filhos é de apenas 59,7%. “Dados preocupantes, pois, apesar da persistência da pandemia, a hesitação vacinal aumentou entre pais de crianças e adolescentes quando comparados os períodos de março a maio de 2020 com dezembro a março de 2021”, afirma a pesquisadora.
. Já no Brasil, um estudo similar, que observou a intenção de vacinação entre adultos, apresentou resultados muito superiores. De toda a amostragem coletada pelo levantamento Trend, 89,5% dos brasileiros afirmaram que se vacinariam. Dados confirmados hoje pela realidade da escala vacinal brasileira. Mesmo com atrasos na compra das vacinas pelo governo Jair Bolsonaro, o país atingiu patamares elevados de imunização. Mais de 80% da população já tomou a primeira dose.
. “Compreender se esse dado positivo também é observado quando a vacinação envolve crianças e adolescentes é fundamental para elaboração de estratégias que aumentem a adesão e contribuam para que possamos atingir a imunidade coletiva e, desta forma, superar a pandemia”, avalia Daniela. Em São Paulo, por exemplo, a adesão de adolescentes às vacinas contra a covid-19 superou a marca de 95%.
. Daniella comenta que os desafios impostos pela pandemia são urgentes. Posições anti-vacinas, como a de Bolsonaro, comprometem a saúde coletiva. “Uma situação sem precedentes levando a perda de vidas, sobrecarga dos serviços de saúde, abalos da saúde mental, fechamento de escolas, crise social e financeira. Para uma doença com a gravidade da Covid-19, que já levou a mais de 611 mil mortes no Brasil, a vacinação surge como uma oportunidade para conter o vírus e trazer a tão esperada imunidade de rebanho”, explica.
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