Organização convida mulheres, homens e famílias para a marcha em Foz do Iguaçu. – Foto Fernando Benega/APP-Sindicato/Foz/Arquivo.
O 8 de Março em Foz do Iguaçu será marcado pela marcha das mulheres em reivindicação a direitos e solidariedade, com concentração às 9h, no Bosque Guarani, junto ao terminal de ônibus. As principais pautas serão o fim da diferença salarial em relação aos homens e o apoio às vítimas de violência de gênero.
O ato público marcará o Dia Internacional da Mulher, tendo Foz do Iguaçu como polo das mobilizações. Haverá participação de ativistas das cidades da Argentina e Paraguai. Os municípios vizinhos, nos quais serão disponibilizados ônibus para o deslocamento (abaixo, veja como reservar vaga), também se juntarão ao movimento.
A marcha na fronteira, como nos anos anteriores, será um chamado amplo a mulheres, homens, jovens e famílias, a fim de demonstrar que a agenda que busca direitos e justiça é um dever de toda a sociedade. O movimento irá reunir entidades, conselhos de políticas públicas, partidos políticos, instituições e sindicatos.
Apesar de haver lei federal para garantir a igualdade salarial, mulheres recebem, em média, 20% menos do que homens e, ainda, precisam superar paradigmas machistas para ocupar postos de chefia e comando. E são obrigadas a realizar até a terceira jornada de trabalho diário, recaindo sobre elas atividades como o cuidado com a casa e os filhos.
Prevenção e enfrentamento à violência contra a mulher devem estar na ordem do dia, e as políticas públicas precisam contar com equipe técnica e orçamento adequados para chegar-se a resultados efetivos. A cada seis horas, uma mulher é vítima de feminicídio no país e, em seis minutos, uma menina ou mulher sofre violência sexual. Três em cada dez brasileiras já foram vítimas de violência doméstica(*).
À violência cotidiana, em casa, nas ruas, no lazer, na escola, no transporte ou nos locais de trabalho, soma-se o ultraje das guerras. Mães palestinas e libanesas, com os seus filhos, por exemplo, são as principais vítimas da beligerância movida por interesses econômicos e geopolíticos – nunca são conflitos pela paz e a segurança.
Outro fator: as trabalhadoras, sobretudo as mulheres pretas, estão entre as que mais sofrem com a escala 6×1. Além de cumprirem seis dias por semana e exercerem a tripla jornada, enfrentam longas horas no transporte entre a casa e o trabalho. A redução da jornada laboral, portanto, é necessária e urgente.
“Tal qual está organizada a nossa sociedade, fator histórico, seja no trabalho, em casa ou nas relações cada vez mais embrutecidas da sociedade, as vítimas em geral são mulheres e meninas”, frisa Madalena Ames, diretora da APP-Sindicato/Foz e uma das organizadoras do 8 de Março em Foz do Iguaçu. “Por isso, a luta por igualdade salarial e pelo fim de todas as formas de violência é de todas as pessoas”, conclui.
A mobilização em Foz do Iguaçu pelo Dia Internacional da Mulher, após a concentração no Bosque Guarani, seguirá com uma marcha, às 10h, pelas principais avenidas centrais. Na Praça da Paz, acontecerá um ato público. O movimento integra a agenda mundial que une mulheres de todos os países por direitos e solidariedade internacional.
Moradores das cidades vizinhas podem reservar vagas nos ônibus gratuitos que sairão de várias localidades. Basta entrar em contato pelo WhatsApp (45) 9936-0172 ou pelos telefones fixos (45) 3028-1013 e 3025-7914.
O Dia Internacional da Mulher remonta a 1917, quando 90 mil trabalhadoras russas saíram às ruas em busca de melhores condições de trabalho e de vida. O movimento, conhecido como Pão e Paz, é considerado o precursor da data mundial. Vale destacar que, na Rússia daquele período, as mulheres já comemoravam a data em 3 de março de 1913. Em 1914, na Alemanha, mulheres socialistas instituíram 8 de março como o Dia da Mulher Alemã.
Em 1977, a ONU se reuniu oficialmente em 8 de março como o Dia Internacional da Mulher.
8 de março – Dia Internacional da Mulher Concentração: 9h, no Bosque Guarani (atrás do terminal de ônibus) Início da marcha: 10h Trajeto: da Avenida Brasil até a Praça da Paz
*Fontes: 18.º Anuário Brasileiro de Segurança Pública e 10.ª Pesquisa Anual de Violência Contra a Mulher.
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