Hoje são mais de 188 mil assistentes sociais atuando no país, segundo o Conselho Federal de Serviço Social – Reprodução NBR
Quase 200 mil profissionais de saúde apresentam suspeitas de contágio de covid-19, segundo o Ministério da Saúde. Dentre eles estão as e os assistentes sociais, responsáveis pelo amparo às famílias e pacientes que lidam com o avanço da pandemia. Nesta sexta-feira (15), é celebrado o dia da Assistência Social, mas as profissionais, que já vinham enfrentando um processo prolongado de subfinanciamento do Sistema Único de Assistência Social (Suas), agora tem de lidar com novas dificuldades por conta da pandemia.
“Na primeira semana que entramos em quarentena no estado de São Paulo, sete profissionais foram afastados: todo dia um afastava. E todos testados positivo. É difícil ver os colegas afastados. E é mais trabalho, por que tem poucos profissionais” relata a assistente social Mariana Aguiar, e desabafa “tenho muitas colegas, principalmente que estão na linha de frente, estão com a saúde mental comprometida”.
Reconhecidos por seu trabalho de entrega ao próximo e acolhida aos mais vulneráveis, os profissionais de assistência social lidam agora com o avanço da pandemia de coronavírus nos hospitais que tratam a doença, ou nos centros de acolhimento.
Hoje são mais de 188 mil assistentes sociais atuando no país, segundo o Conselho Federal de Serviço Social. Para a entidade, este é um dos momento em que a profissão esteve mais exposta desde sua regularização no final da década de 1930.
A assistente social Priscila Maia, trabalha no hospital de campanha do Maracanã, construído às pressas pela prefeitura do Rio de Janeiro. Na unidade recém inaugurada, profissionais de saúde denunciam a falta de estrutura. Diante desse cenário de condições cada vez mais vulneráveis de trabalho, Aguilar destaca a importância de que as narrativas não romantizem excessivamente as dificuldades que aqueles que estão na linha de frente da pandemia têm vivenciado.
“O mais importante nesse sentido é a gente respeitar os nossos limites e não cair naquela falsa sensação romântica do heroísmo”, argumenta.
Sobre o hospital de campanha, Maia relata que a sensação é de que o local foi “inaugurado com o que tinha”. “A gente sente que ele está aos poucos se estruturando. Para o serviço social, especificamente, a gente também não tem estrutura adequada, a gente não tem sala adequada, com estrutura para o atendimento às famílias”, explica.
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