As mudanças climáticas deixaram de ser uma possibilidade no futuro para se tornarem uma realidade que se impõe cada vez mais – foto: Gerd Altmann – Pixabay
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Relatório divulgado esta semana pela ONU mostra que indicadores de mudanças climáticas bateram recordes em 2021. O estudo, desenvolvido pela Organização Meteorológica Mundial, destaca piora em quatro deles: aumento das concentrações de gases do efeito estufa, da acidificação dos oceanos, além da elevação do nível do mar e das temperaturas.
Com uma média global de quase 1,1 grau acima do nível pré-industrial, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, afirmou que estamos cada vez mais próximos de uma catástrofe climática.
Para explicar essa situação, o Jornal da USP No Ar 1ª Edição conversou com o professor Pedro Luiz Côrtes, da Escola de Comunicações e Artes (ECA) e do Instituto de Ambiente e Energia (IEE) da USP, que alerta para o fato de as mudanças climáticas deixarem de ser uma possibilidade para o futuro, e sim uma realidade que se impõe cada vez mais. Para ele, exemplos não faltam para ilustrar a situação atual do planeta: “Os exemplos se mostram cada vez mais abundantes e cada vez com maior intensidade. A intensidade com a qual as mudanças climáticas vêm se impondo tem assustado”.
Os esforços empreendidos até agora não têm sido suficientes para a redução dos impactos das mudanças climáticas em todo o mundo – Foto: Tumisu via Pixabay/CC0
Do ponto de vista geográfico, as mudanças climáticas são bem distribuídas. Para ilustrar isso, Côrtes relembra dos recordes de temperatura no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, em que tivemos os termômetros alcançando os 46°. Também, as chuvas em Petrópolis e em Angra dos Reis, mais recentemente, além dos períodos de severa estiagem complementam o quadro de alerta.
Os eventos que ocorreram no Brasil e que vêm ocorrendo no mundo configuram uma situação de emergência. Na opinião de Côrtes, e do secretário-geral, são poucas as medidas efetivas, já que há um evidente fracasso humano no combate às mudanças climáticas.
“Os esforços que têm sido empreendidos até agora não são suficientes e não têm sido suficientes para a gente tentar reduzir os impactos das mudanças climáticas em todo o mundo”, complementa o professor.
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