A anfitriã Diomira da Sillva explica aos estudantes o desenvolvimento de seu trabalho na agricultura – Fotos: divulgação / UTFPR campus Sta Helena
No dia 21 de março, ocorreu Oficina Prática de Olericultura Orgânica. A atividade foi desenvolvida em uma propriedade rural que se dedica à agricultura orgânica, na Linha Coroados, em Santa Helena. A oficina está vinculada aos projetos de extensão “Vitrine tecnológica PAIS: geração e transferência de conhecimentos agroecológicos“ e “Sistemas de produção agroecológicos sustentáveis: integração, geração e difusão de conhecimentos voltados ao desenvolvimento regional através de vitrines tecnológicas”, desenvolvidos pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná – UTFPR. O projeto “Sistemas de produção Agroecológicos Sustentáveis” é parte integrante do Programa de Sustentabilidade Territorial e conta com a parceria do Itaipu Parquetec,.
A oficina, em período integral, foi oportunidade para estudantes e pesquisadores conhecerem melhor os saberes, questionamentos e demandas que transitam entre a academia e a prática dos agricultores. Em sua propriedade, a anfitriã Diomira da Silva trabalha com produção de hortaliças (olericultura) com certificação orgânica (Selo SisOrg) e entrega alimentos para as escolas pelo programa PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar).
Interação e compartilhamento de saberes, alicerce da extensão rural
A professora Ana Regina Dahlem Ziech, que coordena os projetos de extensão no curso de Graduação na Agronomia e no Programa de Pós-Graduação em Recursos Naturais e Sustentabilidade (PPGRNS) da UTFPR, campus Santa Helena, ouviu de Dona Diomira a demanda principal: auxílio do curso de Agronomia para realização das atividades de cultivo de hortaliças junto à propriedade e realização de trocas de experiências e conhecimentos. Prontamente, com a participação de estudantes bolsistas dos projetos, organizou-se a atividade extensionista, com abertura de vagas para os futuros agrônomos. Uma efetiva atuação in loco na realidade da unidade de produção agrícola familiar.
Na oportunidade, foram disponibilizados bulbos sementes de cebola roxa, do tipo Chalota, colhidos junto ao projeto PAIS (Produção Agroecológica Integrada e Sustentável) da UTFPR, fornecidos para contribuir com o aumento da biodiversidade da propriedade. A atividade permitiu excelentes trocas e vivências, com transferências de informações a todo momento, com destaque especial para a o conhecimento prático e saberes técnicos compartilhados pela agricultora aos estudantes.
A acadêmica do 7º período de Agronomia e bolsista de extensão, Maria Luiza Bet destaca que “foi uma atividade muito importante tanto para a questão profissional quanto pessoal, conhecer um pouco da história de vida da senhora Diomira foi inspirador! Poder auxiliar a campo produtores levando nosso conhecimento e prática e principalmente adquirindo novos conhecimentos através da extensão com certeza é algo muito valioso para nós, estudantes do curso de Agronomia.”
Maria Eduarda Rodrigues da Rocha, acadêmica do 5º período de Agronomia, acredita que “a atividade que realizamos é de grande importância para desenvolver o conhecimento dos alunos na prática, enfrentando situações do cotidiano dos produtores, que muitas vezes não é visto em sala de aula. Observar diferentes culturas, outras pragas e doenças além das mais conhecidas e, principalmente, observar que a realidade de cada produtor é única, então se deve aprender a trabalhar nas condições oferecidas”.
A estudante também ressaltou o importante atributo que esse tipo de atividade oferece, que é a relação agrônomo/produtor. “Aprender a falar, ouvir e aprender com quem vive o dia a dia, e depende das atividades do campo, assim como usufruir de conhecimentos culturais passados de geração em geração é fundamental”, concluiu.
Maria Eduarda concluiu falando da peculiaridade que viu no caso da atividade de extensão ter sido voltada para a olericultura. “Essa experiência mostra que os pequenos produtores também precisam de atenção profissional.” Para ela, a escolha também soma como incentivo para que os alunos pesquisem, sigam essa área, já que a maioria pensa em trabalhar com grãos, com as commodities.
A acadêmica do 9º período de Agronomia, Rebeca Maciel do Nascimento concorda que “participar da atividade prática na propriedade da Dona Diomira foi uma experiência extremamente enriquecedora para minha formação profissional. A atividade contribuiu para o desenvolvimento das minhas habilidades técnicas, e além disso, me proporcionou uma compreensão maior sobre os desafios e a importância da produção orgânica. O contato direto com o produtor, para mim, é uma das partes mais valiosas, pois acredito que aprender com quem vive a realidade do campo traz ensinamentos que vão além do que vemos na teoria. A experiência com a agricultura orgânica foi extremamente gratificante para mim, e realizar essas atividades ao lado dos colegas de curso, tornou a experiência ainda mais prazerosa. Se eu fosse resumir a minha experiência na propriedade da dona Diomira, seria gratidão. Gratidão por todo conhecimento adquirido.”
A professora Ana Regina diz perceber a importância das atividades extensionistas vinculadas à curricularização da graduação e as oportunidades extracurriculares como essa, em que há aproximação da teoria com a prática em uma situação real. Muito além de uma visita técnica, a oficina prática contou com a adesão de 16 estudantes de forma voluntária, que contribuíram de forma participativa, colaborativa, com entusiasmo e respeito em todas as atividades junto à produção orgânica. E, como se pode perceber pelos relatos das acadêmicas de Agronomia, para além da experiência profissional, há sempre a formação humana envolvida.
Novas oficinas serão ofertadas ao longo do ano e divulgadas no Instagram do @pais_utfpr_
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