Moraes Moreira, cantor dos Novos Baianos e famoso também em carreira solo, morreu hoje (13/04) aos 72 anos. Pouco antes, já no período de quarentena vivido por parte da sociedade brasileira por conta do coronavírus, ele falou sobre o isolamento, com um texto em forma de cordel. Em um post nas redes sociais, ele pede a “aprovação” de seus seguidores, e fala dos medos relacionados à pandemia (Do UOL).
QUARENTENA
Eu temo o coronavirus
Assombra-me a Pandemia Que agora domina o mundo Mas tenho uma garantia Não sou nenhum vagabundo, Porque todo cidadão Merece mais atenção O sentimento é profundo
Eu não queria essa praga Que não é mais do Egito Não quero que ela traga O mal que sempre eu evito, Os males não são eternos Pois os recursos modernos Estão aí, acredito
De quem será esse lucro Ou mesmo a teoria? Detesto falar de estrupo Eu gosto é de poesia, Mas creio na consciência E digo não violência Toda noite e todo dia
Eu tenho medo do excesso Que seja em qualquer sentido Mas também do retrocesso Que por aí escondido, As vezes é o que notamos Passar o que já passamos Jamais será esquecido
Até aceito a Policia Mas quando muda de letra E se transforma em milícia Odeio essa mutreta, Pra combater o que alarma Só tenho mesmo uma arma Que é a minha caneta
Com tanta coisa inda cismo… Estão na ordem do dia Eu digo não ao machismo Também a misoginia, Tem outros que eu não aceito É o tal do preconceito E as sombras da hipocrisia
As coisas já foram postas Mas prevalecem os reles Queremos sim ter respostas Sobre as nossas Marielles, Em meio a um mundo efêmero Não é só questão de gênero Nem de homens ou mulheres
O que vale é o ser humano E sua dignidade Vivemos num mundo insano Queremos mais liberdade, Pra que tudo isso mude Certeza, ninguém se ilude Não Tem tempo, nem idade
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