Foto: Reuters/Dado Ruvic
Cientistas da Universidade de Oxford, no Reino Unido, confirmaram que vacina contra Covid-19 que está em testes é segura e induziu resposta imune, como eles esperavam.
Os resultados se referem às duas primeiras fases de testes da imunização, já que a terceira fase continua sendo aplicada no Brasil e outros países.
De acordo com os cientistas, o efeito do imunizante deve ser reforçado após uma segunda dose da vacina.
A resposta imune foi medida em laboratório.
As fases 1 e 2 dos testes foram conduzidas simultaneamente no Reino Unido com 1.077 voluntários.
Os ensaios mostraram que a vacina foi capaz de induzir a resposta imune tanto por anticorpos como por células T até 56 dias depois da administração da dose.
Foi vista uma resposta por células T (células do sistema imune capazes de identificar e destruir outras células infectadas) 14 dias após a dose.
Já os anticorpos, capazes de destruir o próprio vírus, foram identificados 28 dias após a administração da vacina.
Mas o trabalho não para. Os cientistas disseram que agora são necessários mais testes para confirmar se a vacina protege efetivamente contra infecções.
Sarah Gilbert, cientista por trás dos estudos na universidade britânica, disse poderá finalizar em setembro os testes em humanos. Depois disso começa a fabricação e distribuição do imunizante.
Por conta da urgência da pandemia, a equipe de Oxford já desenvolveu uma tecnologia que pode acelerar o processo de produção.
A farmacêutica Astrazeneca, que trabalha em parceria com a Universidade de Oxford, planeja conseguir produzir mais de 2 bilhões de doses.
A vacina britânica poderá ter o registro liberado em junho de 2021, de acordo com Soraia Smaili, reitora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
Ao todo, 50 mil pessoas participam dos testes em todo o mundo, 10% delas no Brasil: 2 mil em São Paulo, 2 mil na Bahia e outras 1 mil no Rio de Janeiro.
Em São Paulo, o Centro de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE) da Unifesp coordena a aplicação da vacina, que começou em junho com voluntários da área da saúde.
“Com a quantidade de pessoas que estão recebendo a vacina no mundo, é possível que tenhamos resultados promissores no início do ano que vem e o registro em junho”, afirma Soraia Smaili, reitora da Unifesp.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) classificou a vacina de Oxford como a mais adiantada no mundo e, também, a mais avançada em termos de desenvolvimento.
Um dos centros que testa essa vacina é coordenado por uma brasileira, a cientista Daniela Ferreira, doutora pelo Instituto Butantan.
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