.
Em “Palhaças do Mundo”, mulheres discutem a arte da palhaçaria por um outro viés, aproximando o público de um discurso mais emancipatório – Foto: divulgação
. Palhaças do Mundo é uma série documental que mapeia poeticamente o universo de mulheres palhaças espalhadas pelo globo. Já conta com três temporadas, totalizando 36 episódios – que trazem entrevistas somadas a trechos de apresentações e espetáculos autorais, com palhaças brasileiras e exógenas. Durante o mês de março, o sistema Sesc TV disponibiliza 12 episódios em sua plataforma digital, gratuitamente. Para acessar, clique, aqui.
Os episódios são todos da segunda temporada do projeto. O conjunto traça um panorama diverso da palhaçaria de mulheres de distintas regiões do Brasil e também da Inglaterra, Áustria, França e Japão.
Em sua 2ª temporada, Palhaças do Mundo mapeia poeticamente o universo de mulheres palhaças espalhadas pelo globo. Questões como “O que tem atrás do seu nariz vermelho?”, “Para onde sua mala já te levou?” e “De onde sua palhaça veio?”, levam as artistas a recompor histórias pessoais e coletivas, em suas dimensões estéticas e artísticas, como o hibridismo dessa profissão no mundo hoje.
Durante os episódios são reveladas as histórias da entrada de mulheres nos picadeiros pela ótica da comicidade, como mote geral da série. Mas o que encantam são as individualidades de cada artista demostradas em depoimentos pessoais, mesclados a trechos de performances das palhaças escolhidas, buscando trazer cada poética circense para o primeiro plano dando visibilidade a esses universos tão complexos. .
Jeanick Dupont encenando a palhaça Ruguette Spoir em apresentação no Brasil – Foto: reprodução
A francesa Jeanick Dupont atua em hospitais de seu país. Numa mistura de palhaçaria de rua e de teatro, Dupont encena a palhaça Ruguette Spoir, personagem de um dos episódios disponíveis na coleção do SescTV. No audiovisual, legendado, a artista francesa conta como é a sua vida e a inspiração criativa da palhaça, “uma boneca que pode manipular”. O espetáculo é cercado de nuances ligadas ao desapego, recomeço e tentativas de se reiventar.
Dupont, que vem de uma cultura mais antiga da palhaçaria na França, tem verdadeira fascinação pela mistura do palhaço tradicional (de rua) e a mistura com o de teatro.
Os curtas têm direção de Manuela Castelo Branco e foram gravados durante o Festival Palhaças do Mundo (antigo Encontro de Palhaças de Brasília), no Distrito Federal, realizado desde 2008, com o intuito de difundir a arte da palhaçaria sob o olhar feminino, e do qual a diretora é idealizadora.
Manuela Castela Branco é formada em Artes Cênicas e mestranda em Poéticas Contemporâneas para a Cena pela Universidade Federal de Brasília com projeto sobre Palhaçaria e Ópera. É criadora da CiRcA Brasilina, o primeiro picadeiro feminino do Brasil, e recebeu o I Prêmio Igualdade de Gênero e Cultura do Distrito Federal, em 2017, pelo trabalho em palhaçaria feminina e pela promoção do protagonismo da mulher na arte. Atua há mais de 20 anos como a palhaça Matusquella. .
FICHA TÉCNICA
Argumento e Direção Geral – Manuela Castelo Branco de Oliveira Cardoso Edição – Leudo Lima Imagens – Manuela Castelo Branco Abertura – Leudo Lima Produção – Nossa Produtora, CiRcA Brasilina e Brasilina Filmes Realização – SescTV
Assine as notícias da Guatá e receba atualizações diárias.