– Um espetáculo de tirar o fôlego… (Texto e fotos de Áurea Cunha) –
A peça Terra Vermelha é um trabalho de conclusão de curso da estudante Izabela Fernandes em Letras, Arte e Mediação Cultural na Unila – Universidade da Integração Latino Americana, em Foz do Iguaçu, Pr. O roteiro e a direção são assinados por ela, que recebeu a orientação de Fernando Faria, professor daquela instituição.
A encenação é uma critica ao sistema capitalista inspirado na poética do pintor equatoriano Oswaldo Guayasamín, artista com uma forte tendência a crítica social. Segundo Izabela a ideia é mostrar as marcas físicas e simbólicas do sistema capitalista e de que maneira ele interfere nas pessoas.
Izabela: “Mostramos as marcas físicas e simbólicas do capitalismo e de que maneira ele interfere nas pessoas” (Foto: Áurea Cunha)
É um espetáculo denso e inquietante, com uma pegada na questão de gênero, visto que é encenado por mulheres e o questionamento de como seria a sociedade sem os dominadores, mas que não deixa de oferecer uma saída . “ A cena final é um rito de desconstrução mostrando que é possível transformar essa realidade no momento em que entendemos e tomamos consciência da nossa condição de oprimidos”, revela a autora.
Izabela Fernandes, coordenadora do trabalho, além de estudar na Unila, é voluntária do Ponto de Cultura Tirando de Letra, como mediadora de leitura na Vila C, bairro onde mora. Sua participação na vida cultural iguaçuense vem desde a adolescência. Uma de suas primeiras experiência com as artes cênicas se deu no programa “Plugado!”, desenvolvido pela Casa do Teatro com jovens da rede pública de educação.
O grupo que encena “Terra Vermelha” é composto ainda por Anabel Vintimilla, Izabela Fernandes, Juliana Zacarias, Gabriela Fernandes, Laís Cabral e colaboradores.
A estreia será nesse sábado, 28, no Teatro Barracão, Praça da Bíblia às 20 horas. A entrada é franca.
A OBRA E A VIDA DE OSWALDO GUAYASAMÍN
Oswaldo Guayasamín nasceu em Quito, capital do Equador, em 6 de julho de 1919. Ele se formou na Escola de Belas Artes, em Quito como pintor e escultor. Ele realizou sua primeira exposição quando tinha 23 anos, em 1942.
Ele conseguiu na sua juventude, todos os prêmios nacionais, e foi creditado, em 1952, na idade de 33, o Grande Prémio da Bienal de Espanha e mais tarde o Grande Prémio da Bienal de São Paulo. Suas últimas exposições foram pessoalmente inauguradas no Museu do Palácio de Luxemberg em Paris, e no Museu Palais de Glace, em Buenos Aires, em 1995.
Seu trabalho tem sido mostrado nos museus em todas as capitais da América e em muitos países da Europa, por exemplo, em Leningrade (LErmitage), Moscovo, Praga, Roma, Madrid, Barcelona e Varsóvia. Ele realizou 180 exposições individuais, e sua produção foi frutífero em pinturas, murais, esculturas e monumentos.
Ele tem mural em Quito (Governo e Legislativo Palácios; Universidade Central; Conselho Provincial), Madrid (Barajas), Paris (sede da UNESCO), São Paulo (Parlamento Latino-americano). Em seus monumentos “A la Patria Joven” (para o país Young) (Guayaquil, Equador); “A la Resistencia” (a resistência) (Rumiñahui), em Quito.
Sua obra humanista, marcada como expressionista, reflete a dor ea miséria que a maior parte da humanidade tem sofrido, e denuncia a violência que cada ser humano tem que viver no presente 20 monstruoso. Século marcado por guerras mundiais, guerras civis, genocídio, dos campos de concentração, as ditaduras e torturas.
Ele estava trabalhando na obra “top A Capela do Homem”, quando morreu em 10 de março de 99, aos 79 anos.
Texto e fotos: Áurea Cunha
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