Prontos para os desafios profissionais, Endel, Nivette e Joset comemoram a nova etapa em suas vidas – foto: Divulgação/Unila
. Endel é o porta-voz da família e um verdadeiro entusiasta dessa experiência de formação acadêmica que marcou a vida dele e de seus irmãos. Inicialmente, ele falou da vinda dos quatro, mas não deixou de recordar que o primeiro a chegar à Unila foi um primo que ingressou pelo Programa Pró-Haiti, em 2015. Desde então, segundo Endel, o interesse dos irmãos crescia dia após dia no intuito de também passar por essa experiência..A chegada desse grupo iniciou em 2018. Eles já moravam no Brasil naquele momento, na cidade de Contagem (MG), e, após o ingresso do primeiro integrante da família, o desejo só foi aumentando. A decisão de ingressar na Unila, de acordo com Endel, foi recebida pelos familiares com muita alegria e entusiasmo, pois “era o desejo dos nossos pais e parentes que pudéssemos ter a oportunidade de cursar uma universidade no Brasil”..Sobre Foz do Iguaçu, Endel diz que tiveram uma experiência muito positiva com a vivência na cidade, especialmente pelas paisagens naturais que a cidade oferece e a integração que a Unila proporcionou a eles. “A oportunidade de cursar o ensino superior na UNILA nos abriu muitas portas na cidade, principalmente porque conseguimos estagiar em várias empresas importantes aqui, enquanto estudávamos”, diz. .
Em 2016, foi dado início ao projeto de extensão “Rasanbleman: coletivo de estudos culturais haitianos”, que visa desenvolver ações para melhoria do acolhimento aos candidatos haitianos com dificuldade no idioma e de integração na sociedade. O projeto é desenvolvido pelo docente Emerson Pereti e foi tema de um episódio da série ¿Qué Pasa?. Durante o bate-papo, o docente e o estudante haitiano Mackenson Beauvais explicam a proposta do projeto e quais as ações já desenvolvidas, assim como os impactos percebidos desde o início das atividades. Além disso, eles destacam a importância histórica e cultural do Haiti para a América Latina e o Caribe.Ao analisar o impacto do projeto desde seu início, Pereti diz que tem se configurado como uma espécie de espaço de conhecimento intercultural. “Eu percebo que os estudantes haitianos têm esse espaço de discussão sobre a própria matriz cultural, um espaço de repensar seu país através de uma outra perspectiva. Me parece um espaço de ressignificação”, analisa.O estudante haitiano Mackenson Beauvais diz que, quando chegou ao Brasil, percebeu que aqui as ideias relacionadas ao Haiti se restringiam à pobreza, crise e guerra civil. “Quando cheguei à Unila, os colegas diziam que não era ensinado nada sobre o Haiti no ensino médio. O impacto do projeto é que ele muda a representação e a compreensão do Brasil sobre o Haiti. A Revolução Haitiana foi uma revolução anticolonialista, antirracista, antiescravagista, foi uma revolução incomparável na história mundial”, enfatiza.
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