– Um texto de Igor –
A chuva caia e cada gota que molhava o chão respingava no pé, e ali molhado, assustado de frio estava um cão, que tremia. A luz reluzia na poça e o garoto acendia o fogo, os pés já em sopa na superfície se estranhava com a areia do solo, que ali já se confundia entre molhado e imundo, o jogo estava posto à mesa, e a tristeza que de visita passava insistia e ficava. O gosto de chuva era doce, e o cheiro era de terra, cada impacto com o chão faziam com que a água e o barro abrissem a as narinas, liberando o odor da natureza, meu nariz agradece com um singelo sorriso. A cabeça engotada só se demonstrava perturbada, era ali questões da vida da rotina, não, era mesmo aquela menina, que com leve sorriso já se apossava de seus pensamentos. O fogo aceso e a mão no jogo ele hesita em ganhar, pois só naquilo podia pensar, nas pernas, nos olhos, era a boca que queria alcançar. O jogo ele perde e ali nem importava mais, sem paciência para nada, tampouco para si mesmo, ele levanta agradece a partida, o chá, e os pães, e já de partida, se enrosca com a chuva e como um abraço apertado conta seus passos, para que seus sentimentos não interfiram em seus pensamentos.
Igor é estudante em São Paulo, SP. Texto publicado na revista Escrita, 42
Assine as notícias da Guatá e receba atualizações diárias.